domingo, 28 de outubro de 2012

Entrevista com VOODOO SHYNE





  O artista Voodoo Shyne é um baixista/vocalista da cidade de jaguariúna (inteiror de SP) que pratica um Hard Rock calcado nos 70's e que agora acaba de lançar seu primeiro full-lenght que carrega o irônico nome de "Satan's Gonna Like It" (veja aqui a resenha: http://www.tocadoshark.blogspot.com.br/2012/09/voodoo-shyne-satans-gonna-like-it.html) e mantem sua carreira solo à alguns anos. 
  Na entrevista à seguir você saberá mais sobre Voodoo Shyne o artista e sua banda solo de mesmo nome, o que levou ele à seguir sozinho e o porquê desse nome.


1. Primeiro faça um pequeno resumo de sua carreira:
  Depois d’eu passar por algumas bandas de Heavy Metal do underground paulista, eu me juntei a amigos em 2002 e formei a banda de Hard Rock SIRFACE, onde pela primeira vez usei o nome Voodoo Shyne. O SIRFACE trocou de vocalista em 2004 e mudou o nome para OUTLOVE, banda em que eu tocava baixo e já cantava parte do repertório. Em 2006 deixei o OUTLOVE e no final deste mesmo ano fiz meu primeiro show como artista solo.
O álbum “Satan´s Gonna Like It” é a consolidação do meu trabalho, que ao lado de outros projetos, estou em carreira solo desde 2006.
De lá pra cá foram dois EP´s lançados, “V Shyne” (2007) e “High Vibe” (2008), shows em muitos festivais nacionais, um ano sabático na Europa excursionando com a banda inglesa ROXVILLE e agora a síntese completa de todas estas conquistas.
Calcado no Hard Rock setentista , prezando a timbragem vintage da época, o álbum reproduz a malícia e maturidade do velho e bom Rock’n’Roll. As temáticas exploram o ocultismo, o lado obscuro das mulheres e os conflitos existenciais da vida.

2. Antes de “Satan’s Gonna Like It” você já tinha lançado alguns EPs, certo?
  Em 2007, depois de vender minha coleção de CDs e DVDs para juntar uma grana, gravei meu primeiro EP, “V Shyne”. Achei que minhas músicas soariam melhor com duas guitarras e em 2008, dei mais um passo com o EP “High Vibe”.

3. Quando que você percebeu que carreira solo seria mais vantajoso do que fazer parte de uma banda em si? Em que momento de sua jornada você decidiu seguir em frente sozinho?
  A verdade de muitas bandas, eu diria da maioria, é que ninguém trabalha de forma coesa e solidária. Numa carreira solo é a mesma coisa, mas as coisas estão bem definidas, só eu devo trabalhar mesmo. Eu sou o maior responsável.   Atualmente, tenho a sorte de tocar com músicos excepcionais, que entendem o direcionamento do meu trabalho e acima de tudo me respeitam, pois entendem a minha luta. É uma banda fixa, mas dependendo da disponibilidade de cada um, pode ser adaptada com novos músicos para um determinado show. Desta maneira as coisas fluem infinitamente melhores para todos.

4. Ouvindo suas canções a gente se pega lembrando de THE DARKNESS, THE HELLACOPTERS e um toque de Hard setentista... Diga-nos, quais são suas fortes influências e se essas que citei condizem com a realidade?
  Quando conheci THE DARKNESS em 2004, achei que eles seriam a salvação do Hard Rock, ainda gosto muito e acompanho a carreira deles. Tenho bastante influência do Hard Rock  e Heavy Metal dos anos 80, o que foi bem atenuado no meu recente álbum. Mas minhas principais e iniciais influências sempre vieram dos anos 70, como BLACK SABBATH, THIN LIZZY e ALICE COOPER.

5. Sobre seu pseudônimo VOODOO SHYNE, de onde ele surgiu?
  Foi aos 13 anos, a primeira vez que fui chamado de Voodoo. Ninguém imaginava que um apelido de infância, mais tarde se tornaria meu nome artístico. Eu era conhecido por assustar os amigos com histórias de fantasmas e pelo interesse em assuntos sobrenaturais, então ficou óbvio que eu me interessasse pelo estilo mais sombrio da música – o Rock ‘N’ Roll!



6. E o título do seu primeiro álbum “Satã vai gostar”, de onde você tirou?
   Por muito tempo ouvi dizer que o Rock era coisa do diabo, cheguei a conclusão que realmente é. Diante disso, fica óbvio que Ele(Satã) vai gostar do meu disco, pelo menos ele!! Hahaha!
  Deus é a grande mídia, o Diabo é o underground.

7. Você citou em um show que o título de seu álbum causou certo alvoroço entre a comunidade religiosa de sua cidade ao ver os cartazes do show de estreia espalhado pelos postes... Conte mais sobre essa situação bizarra?
  À primeira vista as pessoas viam um rockeiro cabeludo num cartaz, com um olhar mais acurado sacaram o nome de Satã citado no título do show. Aí não precisou de muito mais para retirarem meus cartazes de vários pontos estratégicos da cidade. Eles não entenderam a brincadeira.

8. Você é baixista e vocalista, gostaria que você listasse agora 4 vocalistas e 4 baixistas/vocalistas influentes na sua vida em separado. É possível?
  Alice Cooper, Ozzy Osbourne, David Leed Roth, Freddie Mercury (vocalistas) e Gene Simmons, Phil Lynott, Lemmy Kilmister...vou incluir o Paul Stanley nesta lista, apesar de ser guitarrista, mas é uma enorme influência.

9. Você morou certo tempo fora do país atuando em bandas de lá. Tendo sua experiência fora do país como base, como você enxerga a cena atual de Hard Rock e Rock em geral no Brasil?
  Simplesmente há uma lacuna nesta cena no Brasil. Eu não vejo uma cena Hard Rock, mas apenas bandas esparsas. Vejo nitidamente a cena Metal Pesado e centenas de bandas covers tocando Hard Rock.

10. Espaço aberto para falar o que achar que deve ao público da TOCA DO SHARK.
“O Rock n Roll vai continuar!”







sábado, 13 de outubro de 2012

FLYING COLORS - Mais um Supergrupo aterrissando!



FLYING COLORS
DISCO: “Blue Ocean” (http://flyingcolorsmusic.com/)
ANO: 2012
FAIXAS:
01 : Blue Ocean (7:05)
02 : Shoulda Coulda Woulda (4:32)
03 : Kayla (5:20)
04 : The Storm (4:53)
05 : Forever in a Daze (3:56)
06 : Love is What I’m Waiting For (3:36)
07 : Everything Changes (6:55)
08 : Better Than Walking Away (4:57)
09 : All Falls Down (3:22)
10 : Fool in My Heart (3:48)
11 : Infinite Fire (12:02)
  Alguns meses atrás um amigo meu fanático pelo DREAM THEATER me deu essa notícia: “Cara, ouça essa banda nova do Mike Portnoy. Sei que você não gosta do DT mas é fã do DEEP PURPLE e aqui tem o Steve Morse, vê ai depois me fala.”
  Com essa pequena argumentação começou minha busca e descoberta desse belíssimo trabalho chamado FLYING COLORS. Realmente nunca fui fã de DREAM THEATER e os projetos de Mike Portnoy, mas sempre fui adepto dos ‘supergroups’ à lá CHICKENFOOT e BLACK COUNTRY COMMUNION, então fui dar uma ouvida e acabei sendo pego pelos ouvidos e sentimentos. Puta banda essa (quer dizer, espero que se firme como uma banda de verdade apesar das prioridades dos membros dela) que é composta por ninguém menos que os já citados Mike Portnoy (ex-DREAM THEATER e AVENGED SEVENFOLD entre outras), Steve Morse (atual G3 e ainda membro do DEEP PURPLE e sua banda de sempre DIXIE DREGS) aliados à Neal Morse (nada a ver com Steve Morse e sim multi-instrumentista fundador do Spock’s Beard além de outros projetos), Dave LaRue (baixista do DIXIE DREGS) e o vocalista desconhecido nosso Casey McPherson (artista solo consagrado recentemente na música popular americana). A produção ficou à cargo do tarimbado produtor Peter Collins que já trabalhou com BON JOVI, ELTON JOHN e JEWELL entre outros.
  Ou seja, o time fica assim:
 Steve Morse: Guitarra solo e rítmica
Casey McPherson:
 Vocais, teclados e guitarras rítmicas
Neal Morse
: Teclados e vocais
Dave LaRue
: Baixo
Mike Portnoy
: Bateria, Percussão e vocais


A banda e a equipe de produção!
  Apesar de às vezes eles lembrarem o chatíssimo COLDPLAY, é uma banda bem coesa, estruturada e gostosa de se ouvir num geral, tem muito de Fusion, Jazz, Rock, Pop , Progressivo e outros ingredientes que só você poderá descobrir.
  A primeira canção que dá nome ao disco começa num esquema ensaio e descamba para a quase perfeição, seguida da ótima e até pesada ‘Shoulda Coulda Woulda’ e a belíssima ‘Kayla’.
  ‘The Storm’ tem aquele ‘Q’ de COLDPLAY que já te falei e você acha que nada pode salvar ela da chatisse, mas aí você começa a perceber a bateria esmerada e muito quebrada de Mike trabalhando ao fundo até aflorar um solo inspiradíssimo que só Steve Morse consegue tirar de seu instrumento. Bem que ela poderia aparecer sempre nas FMs brasileiras.

Casey McPherson (vocais/guitarra/teclados)
  Dave LaRue brilha logo no começo de ‘Forever in a Daze’, baixão trampado e guitarrinha manera fazendo a cama com um refrão bem ‘pegada’ mesmo que faz a música mudar completamente por uns segundos após o refrão dando o tom de Fusion à canção toda. Ótima!
  ‘Love is What I’m Waiting For’ é um daqueles Pops à lá THE BEATLES com direito a solinho estilo Brian May (QUEEN). Muito boa para um dia de inverno bem acompanhado em casa.

Mike Portnoy (bateria/vocais)
  Após algumas baladas você é surpreendido com uma pedaleira de bateria à velocidade da luz com a guitarra e o baixo na pegada acelerada acompanhando de perto o que os pés e mãos de Portnoy ditam, poderia ser um belo metal essa tal ‘All Falls Down’ se fosse instrumental (que é excelente), mas a voz de Casey chega chorada pra estragar tudo, numa espécie de cópia de Eddie Vedder (PEARL JAM), mas vale muito a pena ouvir pra ver a regaceira do instrumental. Putz, é de explodir os miolos!
  ‘Fool in my Heart’ me lembrou os álbuns mais recentes do AEROSMITH, mas sem aquela voz excelente de Mr. Tyler e sim a novidade agora: a voz é de Mike Portnoy, por isso ficou boa sem soar chata, um Pop bem gostoso de FM mesmo.
Steve Morse (guitarra)

  Até que o disco acaba em grande estilo com a experimental e bem recebida ‘Infinite Fire’,na verdade uma grande suíte de 12 minutos onde a banda escancara suas influências progressivas setentistas muito calcadas em YES. Sim, os caras tocam muito seus instrumentos para tocarem só Pop, eles provaram que vale a pena escutar um disco todo até o final. Grande Surpresa!
  Se você tem a mente aberta e busca novidades agradáveis aos ouvidos, ou apenas um disco para te acompanhar na estrada, procure este super-grupo, você irá me agradecer depois.
(Agradecimentos ao amigo citado lá em cima Luiz Gustavo.)

Casey e Steve gravando o disco.

sábado, 6 de outubro de 2012

KING BIRD - "Beyond the Rainbow"



DISCO:  “Beyond the Rainbow”
ARTISTA: KING BIRD
ANO: 2012
SELO: Voice Music
FAIXAS:
1.       Beyond the Rainbow/
2.       On the Fence/
3.       24 Hours (2011)/
4.       Don’t Be Late (unplugged)/

  Em 2009 perdemos o nosso grande Ronnie James DIO, disso todo mundo já sabe e a grande banda de Hard Rock brasileira KING BIRD, que tem em seus vocais o excepcional João Luiz que defende a obra de DIO na banda tributo EVIL EYES resolveu prestar sua homenagem ao mestre DIO criando em 2011 a canção ‘Beyond the Rainbow’, totalmente puxada pro estilo DIO de fazer canções memoráveis e profundas, a canção vai nessa toada, com uma letra repleta de referências à sua obra, citando frases e nomes de músicas do DEUS DO METAL!
  Mas como lançar somente esta canção isolada fica muito mixuruca para uma banda com um potencial inesgotável como é o caso do KING BIRD, a banda resolveu lançar um EP, com 4 faixas que viu a Luz do dia no começo deste ano e desde então tem o clipe da faixa principal incansavelmente veiculado nas redes sociais que hoje é a maior arma de divulgação dos artistas independentes (veja aqui o clipe: http://www.youtube.com/watch?v=o6qJfsZBwW4&feature=player_embedded)

João Luiz com Marcelo e Fabio (ao fundo) gravando o clipe 'Beyond the Rainbow'

Cena geral do clipe 'Beyond the Rainbow'
  E com a maravilhosa faixa título o EP começa, seguida pela acelerada ‘On the Fence’, muito boa e que mantém o nome KING BIRD nas alturas, um verdadeiro trabalho de equipe onde todos os grandes instrumentistas se destacam, Silvio Lopes cria riffs incríveis e ‘joga pro time’, o mesmo digo de Marcelo Ladwig, grande baterista que ao lado do excepcional baixista Fabio Cezzar (aqui na contracapa a grafia é essa, segundo o mesmo, foi uma homenagem a uma banda que ele gosta muito, a saber ZZ TOP) fazem um trabalho esmerado que em determinado momento me lembrou o eterno DR.SIN.
  ’24 Hours’ apareceu pela primeira vez em 2002 no primeiro EP da banda “The Gods Train” e aqui recebeu uma nova roupagem que mostra em sua totalidade o que é o KING BIRD como artista musical! A voz de João continua no mesmo patamar de qualidade que na versão original, o que melhorou muito foi a gravação do instrumental que aparece bem mais aqui, 10 anos depois.

Marcelo Ladwig, João Luiz, Silvio Lopes e Fábio Cezzar (KING BIRD)
  Pra fechar temos uma versão acústica da faixa ‘Don’t be Late’ que apareceu originalmente em “Jaywalker”, o primeiro full-lenght de 2005 que gravou o nome da banda na cena nacional.
  Linda e emocional esta bela canção em sua versão violão (muito bem tocado pelo guitarrista Silvio Lopes que nos brinda com um solo cristalino) vem acrescida de um baixo do mestre Fábio desenhando toda silhueta da canção em sua mente, acompanhando uma bateria marcante e pulsante que te faz bater o pé (cortesia do ‘Coruja’ Marcelo Ladwig), além, é claro, do gigantesco feeling explorado pela voz inigualável de João Luiz!
  Então é isso, mais um grande, porém curto, lançamento que a nossa prolífica cena nacional nos presenteou neste ano de 2012. Corra atrás do seu!
  (Fotos by: Renata Cecílio)
Eu acompanhado do baixista Fabio Cezzar e o amigo e fã Ed Padovan
KING BIRD
Arte de Contra-Capa e capa originais.