quinta-feira, 9 de maio de 2013

A verdadeira história do WILD SHARK (uma das mais insanas bandas de Hard Rock de Mogi Guaçu no século XXI)!

 

  Em 1997 Cícero Alexandre (vulgo Doido), aspirante a vocalista que ensaiava com uma banda que nunca tocava conheceu Paulo Samir (vulgo Bomba) nos corredores da escola Luiz Martini em Mogi Guaçú. Eles sempre se trombavam mas não se falavam, mas uma coisa os chamava atenção, ambos tinham bonés iguais do KISS que variavelmente usavam e eis que em uma prova de recuperação final de Física eles foram parar na mesma sala e após a prova com a nota positiva de Alexandre Bomba resolveu parabenizá-lo pelo feito: "Aí KISS, conseguiu héin!" Daí nasceu uma sólida amizade.
  Com o passar do tempo viraram amigos de um frequentar a casa do outro por puro interesse, eles queriam gravar em K7 (sim, nessa época o CD ainda era artigo de luxo no Brasil) tudo o que pudessem do enorme acervo do outro, pois ambos tinham coleções notavelmente grandes de revistas e fitas K7 das mais variadas bandas, entre elas as suas preferidas, da parte de Bomba LED ZEPPELIN e AC/DC e da parte de Alexandre KISS e DEEP PURPLE.
  Os anos foram se passando e eles continuaram andando juntos, Bomba ja dava aulas de guitarra em sua casa e estava começando a tocar numa banda que tocava covers de METALLICA e BLACK SABBATH, banda essa que no futuro se tornaria a INSÍGNIA e Alexandre já tinha parado os ensaios com os ex-membros da antiga LE FOU e ido trabalhar como locutor de Rádio FM.
  Eis que no final de 1999 eles definitivamente resolveram juntar forças e por em prática suas idéias e longas conversas de montar uma banda só deles e foram atrás de um baterista e um baixista.
  Usando seus contatos no meio musical e em escolas de música Alexandre chegou na casa de Bomba com um endereço de um baterista que morava ali perto chamado Luiz Gustavo (vulgo Formiga), isso era dezembro de 1999 e ainda faltava um baixista que veio através de Luiz Cláudio antigo guitarrista da banda LE FOU e parceiro de Alexandre em antigos ensaios, seu nome era Cléber, conhecido no meio dos Skatistas com Cré, ele mesmo assumiu as 4 cordas sem pestanejar. Pronto, o núcleo da primeira banda de Hard Rock de Mogi Guaçú em anos (ou desde o fim do LE FOU lá em 1996) estava formado.

Equipe WILD SHARK com os amigos Braz e Gordo (agachados) 2000
  Os ensaios começaram nos fundos da casa de Formiga, gentilmente cedido por sua mãe, em Janeiro de 2000 e logo de cara com versões de 'Rock and Roll All Nite' do KISS 'Here I Go Again' do WHITESNAKE e 'Children of the Grave' do BLACK SABBATH. Com poucos ensaios resolveram criar uma música autoral da qual nasceu de alguns estranhos acordes de Bomba e que deu trabalho para Alexandre encaixar uma letra, essa música viria a se chamar 'Love Hunter', nada a ver com a do WHITESNAKE, essa música até hoje incomoda o cérebro de Alexandre que não entende como ela se encaixa entre letra e instrumental.
  Após 2 tentativas de estrear a banda em palco, ambas frustradas por motivos alheios aos integrantes da banda, o WILD SHARK só foi debutar de vez mesmo no feriado de 1º de Maio de 2000 na pequena cidade vizinha de Estiva Gerbi (antes um distrito de Mogi Guaçu a poucos anos emancipada), cidade essa que se tornou um marco importante na história da banda.
  Com pouca divulgação esse evento arrumado às pressas por Cré num baitacão de lanches que margeava a praça central (onde fica a Igreja Matriz da cidade) de propriedade de um amigo dele chamado Neno, alguém fez uns poucos cartazes em xerox que a banda nem chegou a ver (anos depois Alexandre foi presenteado com um surrado exemplar desse mesmo cartaz por um amigo) e no boca-a-boca somente e algumas divulgações por parte de Alexandre em seu programa de Rock dominical na Rádio local onde ele trabalhava, levou dezenas de pessoas e motociclistas a comparecerem naquela tarde de Feriado no Neno Lanches. Esse show ainda contou com a banda DRAGSTER para fechar a noite e foi filmado pelo amigo e caroneiro do WILD SHARK Braz.
  Em resumo foi uma estréia acima da média do WILD SHARK com direito a Polícia Montada (ou Cavalaria) da cidadezinha rondando o show e ficou-se sabendo muito tempo depois que o respeitado Padre da cidade na época tentava rezar a missa de 1º de Maio na mesma hora na Igreja Matriz que ficava a poucos metros dalí e em dado momento da missa resolveu escomungar quem estava fazendo aquela barulheira toda, ou seja, o WILD SHARK já começou com o 'pé esquerdo' no Mundo do Rock, sendo escomungado e patrulhado pela polícia já no primeiro show da banda, show esse que fez até um cara largar as muletas e cair na farra durante as últimas músicas do show e alguns se pendurarem nos caibros do madeiramento do baitacão, uma verdadeira celebração caótica ao ROCK AND ROLL (tudo devidamente filmado e registrado). Aliado à toda essa baderna festeira o vocalista da banda aparece de botas plataformas vermelhas confeccionadas a mão por ele mesmo e ainda faz um discurso sobre o 'proletariado rocker' e as agruras que se passavam com pouca grana e ainda assim sabiam se divertir ordeiramente sem violência, daí nasceu a 'lenda guaçuana da banda que tinha um vocalista Doido que se fantasiava e falava mais do que a boca'!
  Menos de 2 semanas depois a banda repetiu a dose no Centro de Mogi Guaçú num sábado à noite ao lado da mesma banda DRAGSTER, dessa feita foi em um pequeno restaurante na rua da casa de Bomba chamado Banzai que, também filmado pelo cinegrafista amigo Braz o caos foi mais contido mas não menos festivo.
Cré e Doido antes de um show
  Depois dessa dose-dupla de estréia muito bem sucedida e amplamente divulgada após o acontecido a banda se trancou nos ensaios por 2 meses para criar e compor mais músicas suas e aumentar o repertório que contaria com sons de ERIC CLAPTON, BLACK SABBATH fase DIO, DEEP PURPLE, RAMONES, KISS, AC/DC fase Bon Scott e Brian Johnson, IRON MAIDEN, ROLLING STONES, TWISTED SISTER, HENDRIX e por aí vai...
  Com a chegada do Inverno os caras da banda aliados ao pessoal da banda TRENDKILL (futura INSÍGNIA) que andavam juntos, resolveram criar um evento beneficiente que arrecadasse agasalhos para o Albergue da cidade, sendo assim Alexandre e o baterista Elery da TRENDKILL assumiram a frente da organização do evento e criaram flyers (uma idéia que virou hábito que Alexandre 'roubou' das bandas oitentistas da Sunset Strip da qual ele sempre foi fã e as viu fazendo exaustivamente no documentário "The Decline of Western Civilization Part II, The Metal Years" de 1988 muito famoso entre os Hard-Rockers), cartazes (bem tosco) tudo xerocado e usando seus contatos nas rádios locais eles se espalharam entre os vários programas de rádio da região para dar entrevistas e divulgar o evento (entre eles estavam os programas 'Rock Machine' do próprio Alexandre, 'Rock Side Radio' da cidade vizinha Mogi Mirim e os dois maiores programas da época que deram muito apoio às bandas regionais e marcaram época, o 'Clube Rock' da cidade vizinha de Itapira e o mítico 'Coda On Line' de Mogi Guaçu mesmo de onde todos das bandas já eram amigos e frequentadores assíduos desde 1998. Aliados a essa divulgação toda Elery, Alexandre e Rafael (vocalista do TRENDKILL) ainda conseguiram espaço nos Jornais impressos da região concedendo históricas entrevistas explicando a todos o problema que as bandas locais enfrentavam para encontrar lugares para tocar sem problemas com Polícia e Prefeitura desde sempre e que precisavam se virar para arrumar locais para se apresentarem criando assim eventos como esse que acabava em contrapartida fazendo o bem ao próximo.
Cartas 'doi-it-yourself' do ROCK FOR HELP

O evento acabou ficando conhecido como "ROCK FOR HELP - Contra o Frio" e foi realizado num novo e enorme Snooker-Bar da cidade chamado Texas Salloon Snooker Bar que semanas antes de evento se realizar foi tomado por alguns sabotadores alegando que haveria quebradeira e baderna com drogas no dia do evento. A essa altura o evento estava amplamente divulgado até pelo pessoal que fazia programas policiais no Radio os apoiando e um 'espírito de porco' resolveu buzinar na cabeça do dono que queria cancelar tudo. As bandas foram salvas por um velho personagem da cidade chamado Jefinho ou 'Amarelo' um antigo artista plástico e tatuador da cidade que estava fazendo serviço de pintor no bar naqueles dias e que intercedeu pelas bandas convencendo o dono do lucro que ele teria com a venda de cerveja na ocasião. Jefinho ainda foi um dos responsáveis pela coleta dos agasalhos na portaria no dia do show.

uma das únicas imagens do WILD SHARK no 'Rock for Help' (esse show foi  parcialmente filmado)
  Chegado o dia 15 de Julho de 2000 o o local estava abarrotado de gente de toda região com blusas, calças e cobertores para assistirem os shows das bandas WILD SHARK, TRENDKILL e a convidada BB MANKO. Resultado totalmente positivo e mais uma vez o caos se instalou da melhor maneira possível com o WILD SHARK abrindo a noite com seu vocalista agora portando uma jaqueta com o logotipo da banda que acabara de ser confeccionado pelo mesmo e um tridente de verdade no formato das letras W e S. Aquilo chamou tanto a atenção que teve gente que ficou com medo de acontecer alguma desgraça devido as lanças de verdade na ponta do artefato, mas como sempre, o público ROCK AND ROLL não sofreu desse tipo de distúrbio e a noite rolou solta com uma celebração sem igual.

Alexandre Doido e seu famoso Tridente.
  Mais 2 meses se passaram para que o WILD SHARK desse as caras com novas canções autorais e covers que agora continham MADE IN BRAZIL, THE DOORS, WHITESNAKE, CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL entre outros. Dessa feita foram até Mogi Mirim tocar numa loja de artefatos para motociclistas chamada O Motociclista no final de setembro. Mas porque tocar em uma loja de motociclistas? Primeiro porque os motociclistas da região sempre acompanharam a banda onde quer que ela fosse e também porque o dono desta loja era o mentor do maior encontro de motos da região que acontecia no mês de Outubro de todo ano em Mogi Mirim e era o desejo de toda banda subir naquele palco que juntava em sua frente milhares de pessoas de todos os cantos do estado de São Paulo. Sendo assim a jogada era essa, se apresentar para o cara, impressioná-lo para ele nos encaixar no seu gigantesco evento. 
  Apesar de toda repercussão que sempre era grande e o público que a cercava, o tiro saiu pela culatra com o dono do local lucrando horrores e os deixando tocar na calçada literalmente sem iluminação nenhuma além de um holofote e nada da banda ser convidada para o evento no mês seguinte. Paciência, nem tudo são flores e a banda segue em frente, tocando na semana seguinte de volta a Mogi Guaçu num evento organizado pelos amigos de escola que tinham uma República chamada 'Carna-Rock' que sempre os acompanhava. Organizaram uma festa numa chácara à beira-rio num sábado em que o horário viraria de Horário de Inverno para Horário de Verão com todos ganhando uma hora a mais de farra. Essa foi outra das 'Aventuras de WILD SHARK na terra do ROCK!' sendo transportada num caminhão baú do dono da chácara, onde estava agregada a banda, seus(suas) acompanhantes, o equipamento e todo arsenal etílico e de carne da celebração, tudo dentro do caminhão baú, pegando estrada de terra sem qualquer condição de trânsito. Nesta festa rolou de tudo, inclusive a banda TRENDKILL que apareceu para festa e acabou fazendo uma Jam. Teve briga entre amigos bêbados, mulheres em circulação rotativa, alguns casais que lá se formaram acabaram casando tempos depois, adolescentes bêbados, 'neguin noiado' dando trabalho e até porta de aço sanfonada arregaçada no meio! Saldo positivo com muita gente amanhecendo nas redes postas na varanda de frente ao Rio Guaçú, acordando (quem dormiu?) com o nascer-do-sol na cara!
  Uma semana depois a banda se apresentaria num evento de confraternização de motoclubes organizado pelo motoclube local num sábado à tarde (no mesmo horário do programa de Radio já citado Coda On Line) no Beer Shopping Gelitos Bar 24hs com a banda de abertura DANÚBIO de novos amigos e fãs que sempre estavam nos shows. O mais legal desse show que fechou um quarteirão da rua em pleno sábado desviando o fluxo do trânsito para rua de baixo (incluindo ai linha de ônibus circular) foi que a equipe do Programa Coda On Line fez questão de mandar 4 integrantes de sua equipe ao local cobrir o evento ao vivo, com direito a dezenas de fotos por parte de Edivaldo 'Nê' Maia (irmão do apresentador Eduardo Maia), transmissão ao vivo de entrevistas via telefone de linha fixa (na época celular também era artigo de luxo) por parte de Williams Rogério e Junior Pessine (outro fundador e apresentador do Coda) e participação especial de Eduzinho Maia (filho de Eduardo Maia) na percussão no show do WILD SHARK, deixando assim o programa desfalcado em estúdio naquele sábado histórico, com apenas Eduardo Maia na locução e Leonardo Brito na mesa de som.
Alexandre Doido (vocal)


Cré (baixo) e Formiga (bateria)

Eduzinho Maia (na percussão) e Formiga
 
Banda DANÚBIO com Luciano (baixo) que futuramente tocaria no WILD SHARK
  A festa rolou solta até o começo da noite daquele sábado com a banda botando o pessoal presente em polvorosa e de novo repetiu-se as cenas daquele primeiro show em Estiva Gerbi com gente se dependurando nos caibros do madeiramento da área do Bar onde as bandas tocaram. Neste mesmo evento quem apareceu foi o tal organizador do cobiçado encontro de motos para quem o WILD SHARK tinha tocado semanas antes e sido descartada. Neste dia quem foi descartado de atenções foi o citado elemento que não conseguiu se aproximar da banda que o via ali mas não o deu chances de se aproximar. Mas o troco ainda seria dado no ano seguinte.
Equipe Coda: Junior, Williams e Eduzinho (foto de Edivaldo Maia)

  Eis que com tanto 'disse-me-disse' em torno da banda, eles acabaram sendo convidados para tocar no que seria o II Encontro de Motos de Itapira no Centro Agropecuário por um funcionário da Radio AM da cidade. Com cachê acertado para a banda tocar nos 3 dias do evento o WILD SHARK chega na cidade no primeiro dia do evento, uma sexta feira que resolveu chover tudo que estava previsto para o mês inteiro. Com aquele local imenso (uma arena de rodeio de chão de terra batida) afundado em lama e sem público o WILD SHARK se viu em uma sinuca-de-bico ao lado da banda itapirense presente, o ANONIMATO.
   Com o passar das horas os amigos de Mogi Guaçú começaram a chegar, os membros de motoclubes vieram de carro devido a chuva que aquela altura da noite começava a cessar e alguns poucos rockers da cidade de Itapira começaram a chegar também. Os membros do WILD SHARK cogitaram a fazer uma apresentação acústica conjunto com os caras do ANONIMATO ali mesmo na área coberta em torno das barracas e stands. Com a negativa do pessoal da banda local o WILD SHARK decidiu tocar em cima do palco lá do outro lado da arena enlameada mesmo com pouco público (pois seria pago por isso afinal) e o ANONIMATO resolveu deixar de quieto.
  Assim que o show começou, já sem chuva caindo, as pessoas começaram a aparecer nas arquibancadas laterais salvas da lama, até que em meio ao show um bando de adolescentes e jovens malucos por ROCK AND ROLL da cidade colaram no palco, desafiando a lama para agitar e trocar energia com a banda, mal sabia a banda que aqueles caras eram os apresentadores do programa de Rock da Cidade, o 'Clube Rock' (sim porque, na época do Rock for Help nenhum integrante da banda foi até os estúdios da Rádio, somente passaram as informações via telefone pra eles, sendo assim não se conheciam pessoalmente ainda). Na segunda noite a banda repetiu a viagem até Itapira, mas a chuva era tão intensa que o evento acabou sendo cancelado e ninguém mais tocou e a banda saiu de lá com a promessa do chachê ser depositado em conta na segunda feira seguinte, o que nunca aconteceu. Prejuízo financeiro mas, o WILD SHARK tinha conquistado um território novo e promissor, a cidade de Itapira que nos anos seguintes se tornaria a 'Cidade do Rock' na Baixa Mogiana.

Ingresso do show de Abertura para VELHAS VIRGENS
  Depois dessa decepção financeira o WILD SHARK resolveu fechar o ano sem tocar, apenas ensaiando e fazendo aquela típica parada pras festas de fim de ano.
  2001 começou com uma bela notícia, o WILD SHARK foi selecionado pela equipe do ‘Coda on Line’ pra abrir o show das VELHAS VIRGENS na segunda edição do ‘Projeto Coda’ que consistia em show de uma banda de fora de relativo nome e uma local pra abertura, antes a primeira edição contou com a PATRULHA DO ESPAÇO e a banda local GODZILLA.


  Alexandre era fã das VELHAS desde seus 14 anos tendo ido em um show deles na época da demo ainda, pra ele aquela foi uma notícia excelente, ainda mais que antecedia seu aniversário em uma semana.
  Para isso o pessoal do ‘Coda On Line’ queria ao menos uma música para veicular a banda em seus programas forçando a banda a entrar em estúdio prematuramente para gravar ao menos 2 canções. Como Alexandre trabalhava em Rádio, ele acabou convencendo o patrão a emprestar o estúdio de gravação da Radio para a banda gravar num sábado à tarde suas 2 músicas, a saber ‘Headbanger Voice’ de autoria de Alexandre e ‘My Pride’ de autoria do guitarrista Paulinho Bomba. As gravações ficaram boas, mas limpinhas demais e por ser gravada com microfones específicos para locução de FM, a voz acabou sobressaindo demais e quando veiculadas no Rádio parecia que o vocalista estava cantando ao vivo no estúdio confundindo algumas pessoas que vinham perguntar se a banda tinha tocado ao vivo no programa da Rádio....
  O show ainda contou com abertura de uma banda convidada, a antiga banda LE FOU (a qual Alexandre acompanhava desde sua adolescência e tinha uma certa aproximação com ela) que acabava de voltar depois de anos de inatividade com nova formação. Nascia aí uma parceria duradoura entre as duas bandas. No dia do evento que rolou em Mogi Guaçu na Tempo Clube, o clube ficou abarrotado de gente de toda região e viu alí um show matador do WILD SHARK com direito a destruição da bateria e tudo o mais. Justiça seja feita, o palco era minúsculo e o vocalista Alexandre tropeçou nuns cabos e desabou em cima da bateria em plena ‘Whole Lotta Rosie’ cover do AC/DC que abria o show deles, fazendo metade das peças do instrumento virem ao chão, efeito esse que poderia se transformar num vexame se fosse outra banda mais comportada, mas em se tratando desse ‘Doido’ que andava de bota plataforma e tridente em mãos, isso acabou sendo confundido com uma atitude proposital e a galera foi ao delírio. Anos depois descobriram a verdade, que alguns afoitos amigos dele na beirada do palco e de ‘caco cheio’ puxaram a sua enorme bota quando ele foi dar um pulo fazendo com que ele desequilibrasse e viesse ao cáos! Tudo resolvido rapidamente e o show seguiu num êxtase só!


Dois momentos ao vivo no 'II Projeto Coda'
  Ao final do show das VELHAS VIRGENS o vocalista Paulão convidou Alexandre e o baterista da LE FOU Ricardo para subirem ao palco e cantar ‘Minha Vida é Rock and Roll’ do MADE IN BRAZIL com ele e ali subiu quase todo mundo do WILD SHARK e mais uns fãs, a festa foi até a turma aguentar. Sucesso total neste que foi o primeiro de vários shows da VELHAS VIRGENS na região. Tudo começou ali!
  Poucas semanas antes a banda recebeu convite do pessoal de Itapira (que lotou várias vans pra esse show do ‘Projeto Coda’) para tocarem dali 2 semanas na terceira edição da ‘Festa Rock’ realizada no Centrão em Itapira com mais 5 bandas, 3 de lá (a saber ANONIMATO, HARD ATTACK e uma cover de Nirvana) e mais a LETAL de Mogi Guaçu com quem o WILD SHARK também faria vários shows dali em diante. O show de Itapira foi outra ‘bola dentro’ graças ao público guaçuano e os motoclubes que compareceram em peso para prestigiar as bandas WILD SHARK e LETAL dando aquela força.

'3º Festa Rock' - Itapira/SP
  Com um intervalo de 3 meses a banda resolveu compor mais algum som e tirar mais alguns covers. E foi uma boa pois eis que surge o anúncio de que rolaria o “1º Encontro de Motos de Mogi Guaçú” e a banda conseguiu tocar nos 3 dias do evento, mesmo contra as chuvas torrenciais e vendavais que tentavam evitar a montagem do Palco que a banda teve que ajudar a equipe técnica a segurar no braço pra não sair voando (outra das ‘Aventuras de WILD SHARK na terra do Rock’).
  3 dias de Rock and Roll, lama e motores renderam a banda o cachê definitivo que eles usaram para gravar seu CD demo.
Capa do único CD oficial da banda
  Chamaram Mirão que sempre gravava os shows da banda direto da mesa de som para alugar o equipamento e gravar o Demo ao vivo em MD num estúdio também alugado (somente o local sem equipamento, pois era estúdio de ensaio).
  Em 4 horas gravaram as 5 faixas que integram o primeiro CD que mais tarde foi ajustado uns pormenores em outro estúdio e finalmente lançado em 21 de Julho de 2001 sob o nome de “Wild Shark” nos estúdios do programa ‘Coda On Line’ após uma apresentação da banda num encontro de RPG no Centro Cultural de Mogi Guaçu ao lado da banda GUERRILHA.

Alexandre e Bomba com Eduardo Maia nos estúdios do Coda lançando o CD
  3 Meses depois a banda fechou uma apresentação na noite principal do ‘4º Moto Mogi’ o maior encontro de motos da região da Baixa Mogiana realizado em Mogi Mirim, tocando como última banda do sábado para um público estimado pelo jornal local de 10 mil pessoas no espaço aberto Complexo Lavapés também conhecido como ‘Zerão’, onde a banda tocou por mais de 3 horas seguidas até o esgotamento e satisfação total da banda e do público (e dos geradores de energia elétrica que quase queimaram fumaceando o show todo). Este mesmo evento que um ano antes era organizado por aquele elemento que ignorou a banda neste ano foi organizado e dirigido por um profissional do ramo estabelecido em São Paulo. A banda WILD SHARK formou uma estratégia com o pessoal da banda LETAL para ambas as bandas tocarem naquele palco neste ano sem interferências exteriores. Após 3 meses de inúmeros telefonemas e e-mails eles conseguiram tocar no Sábado à noite. Segundo a banda, na hora que chegaram para tocar na noite de sábado o responsável pelo palco não queria deixar a banda tocar, terminando o evento mais cedo devido ‘a sobrecarga dos geradores de energia (era a época do Apagão),  com Alexandre e Cré quase partindo pra cima do cara na agressão física eis que surge Eduardo maia (o mentor do ‘Coda On Line’) que intercedeu pela banda usando a diplomacia com o cara, liberando o show da banda em seguida. Esse foi o maior público para o qual ambas as bandas chegaram a tocar.

Cré e Doido

Formiga

Paulinho Bomba (3 momentos do '4º Moto Mogi')

  5 dias depois a banda ia para Campinas pela primeira vez tocar no Campus de Quimica da Unicamp na ‘Festa da Catuaba Selvagem’ ao lado da banda LE FOU.
  Mais um show na semana seguinte, com a nova banda do baterista Gustavo Formiga, TAQUICARDIA que ele montou com seu irmão numa chácara para pouquíssimas pessoas. Depois de uma bateria de shows lotadássos foi meio que um mal presságio esse show, mal esse que se confirmou na semana seguinte quando tiveram a honra de abrir um show da PATRULHA DO ESPAÇO que estava de volta a Mogi Guaçú na Tempo Clube para lançar o “Dossiê-Volume 4” e o WILD SHARK aproveitou para lançar para a imprensa o seu CD demo “Wild Shark” também. Várias entrevistas em jornais da região não foram o suficiente para tirar o povo de casa e fazê-los ir ao show que estava vazio, menos de 50 pessoas. E nesse clima triste o ano acabou para a banda que só retornou aos ensaios em Janeiro do ano seguinte.

resenha da Roadie Crew

Edição 38 onde saiu a resenha da demo
  Mesmo com a resenha positiva que saiu da banda na edição numero 38 de fevereiro de 2001 da revista ROADIE CREW (na época a segunda maior revista da América Latina, hoje a primeira) o guitarrista Paulinho Bomba e o baterista Gustavo Formiga resolveram sair da banda para montarem uma banda de Blues. Com Cré indiferente à situação Alexandre se viu sozinho em dar continuidade à banda, mantendo o mesmo nome passou 5 meses para ele arrumar outros integrantes que sustentaram o nome por mais 2 anos, Luiz Cláudio (guitarra ex-LE FOU), Luciano (baixo ex-DANÚBIO) e Fredd Cassiano, renomado tatuador que acabara de voltar da Europa onde tinha tocado numa banda folk italiana chamada ARROIO.
  Com essa formação básica e uma rotatividade de segundo guitarrista a banda apesar de não ter produzido nada de autoral e nem gravado nenhuma música (na verdade existe um ensaio com o esboço do que seria uma canção inédita que nunca viu a luz do dia), eles se mantiveram na estrada por quase 2 anos e tocaram com o GOLPE DE ESTADO em Mogi Guaçu além de rodarem a região em shows sempre memoráveis e lotados que pararam sem motivo em dezembro de 2003.

último show da primeira formação.
CD e release enviado para imprensa.

Matéria de Jornal com a PATRULHA DO ESPAÇO

Segunda line-up da banda: Luiz Cláudio, Luciano, Alexandre e Fredd
  Em março de 2004 sai uma nota no site e na revista ROADIE CREW e em vários outros sites da parte do vocalista Alexandre Doido que dava a entender que a banda faria uma pausa forçada de tempo indeterminado, por descaso de alguns envolvidos, mas a banda nunca mais voltaria a tocar.
  No ano seguinte Alexandre e Fredd tentaram seguir adiante em novas formações que renderam apenas um show em um evento enorme em 2005 na cidade de Estiva Gerbi (olha ela aí de novo, onde tudo começou 5 anos antes, tudo acabou), o “2º Estiva Moto Fest” sob o nome de GAMBIARRA SANGRENTA (http://www.tocadoshark.blogspot.com.br/2012/04/coda-open-air-ou-2-estiva-moto-fest.html). E ainda em Julho do mesmo ano Alexandre se apresentou ao lado de Luciano e mais 2 amigos numa banda chamada CARNE-CRUA nas festividades de 13 de Julho (Dia Mundial do Rock) na cidade de Itapira. Esta foi a última vez que 2 membros do WILD SHARK se apresentaram juntos. Atualmente Alexandre anda ensaiando com uma nova banda chamada METALMAD, formada 2 anos atrás.
  Ainda hoje fala-se no WILD SHARK sempre que algum ex-membro se apresenta na região de Mogi Guaçu/ Mogi Mirim/ Itapira, inclusive com a inclusão da banda nos arquivos do site gringo Encyclopaedia Metallum em 2004 (http://www.metal-archives.com/bands/Wild_Shark/17017), ou seja a banda marcou época, eles fizeram sua parte para a cena ROCK AND ROLL da Baixa Mogiana e aqui fica registrada a biografia da banda WILD SHARK mesmo que ela nunca volte, afinal, ela não acabou, apenas ‘suspendeu seus trabalhos por período indeterminado’ segundo Alexandre Doido naquela ROADIE CREW de 2004...
(Nota do Redator: Qualquer semelhança com o nome do blog não é mera coincidência)

Luiz Gustavo Formiga (bateria)

Cléber 'Cré' (baixo)

12 de Maio de 2001 - 'Encontro de Motos de Mogi Guaçú' (segunda noite)

21 de Julho de 2001 ('Encontro de RPG') Centro Cultural Mogi Guaçu
Camarim amarelo da Tempo Clube 'II Projeto Coda' (03/02/2001)