quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ROCK IN POETRY 3 – Lançamento da revista ‘Gatos & Alfaces #6’




  Há uns 15 anos atrás peguei nojo da palavra ‘Underground’ devido ao seu mal uso por parte de uns cabeça-oca filhinhos de papai da minha cidade que tomaram para si o uso desta palavra como se fosse um slogan, mas, passados 15 anos como eu bem disse, centenas de shows (sim, centenas), milhares de quilômetros rodados nesse Brasil afora e umas 4 ou 5 centenas de CD’s, discos, fanzines, K7s etc... de bandas autorais brasileiras depois posso me dar ao luxo de dizer que sei muitíssimo bem o que quer dizer essa palavra feia que a muitos assustam e a outros tantos que a fazem de chacota. Pois bem, outro cara que sim pode-se valer do bom uso dessa palavra é o agitador cultural e ativista ferrenho das boas artes marginais Luiz Carlos Barata Cichetto. Esse idealizador da revista ‘Gatos & Alfaces’ e do evento ‘Rock in Poetry’ que chega a sua terceira edição voltando para a Galeria Olido, no centro-velho clássico, sujo e marginal da maior megalópole sulamericana, a capital cultural brasileira onde todos os tons e sotaques se misturam, São Paulo/SP.

Nova edição da Gatos & Alfaces com capa e arte de
Edgar Franco, o Ciberpagé.
   E, como bom evento Underground que se preze atravessou alguns infortúnios mas mesmo assim ocorreu bravamente até o final programado para as 21hs.

  A festa que estava programada para se iniciar às 18hs na Vitrine de Dança da Galeria Olido teve um atraso na montagem dos equipos, e o primeiro artista escalado pra festa, o tecladista veterano AMYR CANTÚSIO JR. do projeto ALPHA III (de Campinas/SP) começou por volta das 18:40 seu set de improvisos instrumentais ao lado do também tecladista Paulo Beto da ANVIL FX. Juntos tocaram por cerca de 40 ou 50 minutos um set composto por improvisos baseados em Kraut-Rock e sons espaciais, como trilhas de filmes de ficção científica, uma verdadeira viagem experimental curiosamente acompanhada pela platéia que estava presente em número modesto, devido ao outro evento que acontecia noutra sala da mesma galeria com o veterano artista EDY STAR com seu show ‘O Baú do Raul Revirado’.
Amyr Cantúsio Jr. (ALPHA III)

Paulo Beto (ANVIL FX)

Amyr Cantúsio Jr. e Paulo Beto
Amyr sob um ponto de vista alternativo.
Os populares que estavam de passagem pelo calçadão paravam para assistir através da vitrine pixada da galeria.
Quer mais Underground que isso?
  Durante o show de AMYR e após Luiz Barata foi ao microfone recitar alguns de seus poemas presentes no livro ‘Troco Poesia por Dinamite’ à venda na festa ao lado das revistas ‘Gatos & Alfaces’ #5 ainda disponível e a #6 que estava sendo lançada naquela noite acompanhada por um CD “Ciberpajé – Egrégora” do artista transmídia Edgar Franco, que conta com 21 aforismos musicados por bandas do Brasil, Suíça, Inglaterra, Colômbia e França.

  A próxima banda programada para se apresentar seria a genial FLORES DO FOGO natural do RS atualmente radicada em Barueri/SP, mas, pouco antes da festa começar recebemos uma ligação do vocalista Ricardo, informando que o baterista tinha sido hospitalizado e que a banda não poderia de forma alguma se apresentar naquela tarde, aguardamos mais notícias e que não seja nada tão grave.

  Veio então a banda de Metal de Embu das Artes/SP, velha conhecida dos que acompanham a Toca do Shark, MUQUETA NA OREIA.

MUQUETA NA OREIA
  Eles que também participaram do projeto “Egrégora” iniciaram o show com o aforismo gravado pro CD, uma composição macabra, soturna e sinuosa, uma verdadeira peça de arte obscura para servir como introdução de um show violento e pesado como o deles.

  Dali em diante o coro comeu solto com vários sons conhecidos dos fãs (que marcaram presença) como ‘Cabeça Vazia’ e ‘Primogênito de uma Meretriz’. Ai era hora de chamarem o Barata para recitar mais um de seus poemas e vieram com outra novidade, a versão que fizeram para o clássico ‘Bomba’ da PATRULHA DO ESPAÇO que sairá no “Tributo à PERCY WEISS”, meu, versão mais pesada impossível, que bomba!

Ramirez (v) não parava quieto, decolava em seus pulos e ia pra platéia.

Cris (bx/v) e Bruno (g) - MUQUETA NA OREIA
  Depois da faixa do primeiro álbum ‘Lobisomem em Lua Cheia’ a banda presta um tributo ao Metal Nacional com um mix de riffs e frases de vários clássicos do SEPULTURA e emendam com ‘Exu Caveira’ com o vocalista Ramirez dando uma mãozinha na percussão. Aliás, banda afiadíssima, destaque pra todos os quatro, a guitarra de Bruno poderosa, assim como a bateria do descomunal Henry aliada ao baixo de Cris que ainda dá uma bela força nos vocais.

  ‘Imortal’ fecharia o set, mas após umas considerações finais do Barata e sua equipe, os fãs pediram mais uma e a banda veio logo com duas pedradas finais, o já hino da banda ‘Hardware, Software e Tupperware’ e ‘Opalão’, que acabou queimando um ampli que lá estava em uso, afinal, fest underground que se preze tem que ter um ampli queimado pra fechar o prejuízo da noite.
  (N.R.: Veja como foi o show dos MUQUETAs na filmagem da Cátia -do Casal Rock-: https://www.youtube.com/watch?v=qDIIdJpbF3A )

  Enfim, falar que é Underground é bem fácil, principalmente hoje em dia, pela web, pelos bares de bandas covers ou pelas ruas usando camisetas de shopping, difícil é sair de casa pra fazer um evento dessa magnitude sem cobrar um centavo de entrada tendo que arcar com os dividendos finais.

Underground é isso!
  Mais uma vez a Toca do Shark está aí louvando a loucura e coragem de Luiz Carlos Barata Cichetto e toda sua equipe.
  Menção honrosa ao novo parceiro da empreitada Jones Senoj, a presença das equipes das rádios Stay Rock Brazil e Rock Nation, ao veterano Luiz Domingues (baixista que já tocou com LÍNGUA DE TRAPO, A CHAVE DO SOL, PATRULHA DO ESPAÇO, PEDRA...) que escreve sempre na revista, à vocalista Tibet (AJNA), idealista do projeto de conscientização ‘Quem Sabe Faz Autoral’ (https://www.facebook.com/groups/quemsabefazautoral/?fref=ts ) e da dupla de documentaristas Bolívia e Cátia (Casal Rock).

  Qualquer desses materiais citados nesta matéria podem ser adquiridos através do canal https://www.facebook.com/gatosealfaces?fref=ts e pelo email contato@gatosealfaces.com.br .
Barata e Amyr Cantusio Jr.





Ramirez (MUQUETA) dando um rolezinho na platéia

Cumprimentando Ramirez pela performance

Barata lendo um poema musicado pela dupla.

Fotos by: Alexandre Wildshark e Bolívia & Cátia (as indicadas).

                                                                                     

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

FIST BANGER – “INVADERS OF THE THRASH” (2013)


FIST BANGER – “INVADERS OF THE THRASH” (2013)
Independente
FAIXAS:
1.  Intro/
2.  Invaders of the Thrash/
3.  Merciless Death/
4.  Welcome to Hell/
5.  Fighting For Metal/


  EITA PORRA!
  Sim, é isso que você pensa quando entra a primeira faixa pós ‘Intro’, ‘Invaders of Thrash’ é um hino, sem exageros! A desgraceira que segue daí em diante é uma daquelas que destrói tudo, bateção de cabeça desgraçada, rodas monstruosas, palhetada no estilo ‘coceira nervosa’ no comando do guitarrista Jardel Stick, vocal de Vinny Fist (que também gravou o baixo) é de uma fúria aguda daquelas que remetem um pouco ao IRON ANGEL, mas que na verdade, é bem ímpar e a bateria de Paul Drunk é aquela ‘pá-cum-pá-cum-pá-cum’ secão e sagrado, uma verdadeira locomotiva headbanger!
  ‘Merciless Death’ tem uma fúria que você sente até câimbra se não for iniciado nas artes de headbangin’. Já ‘Welcome to Hell’ começa rapidona, mas logo cai pra uma cadência que você até olha à sua volta pra ver se não está em 1986, voltando correndo pra bateção disgracenta.
Marcio (g), Igor (g), Vinny (v), Paul (bt) e Silvio (bx)  - FIST BANGER.
  Você deve estar pensando assim: “Pô, isso é puro clichê! Os nomes da músicas, as cadências e aceleráços das músicas, o visual, tudo clichê.” Mas é daí? Desde quando isso é ruim? A não ser que você esteja procurando descobrir uma nova tendência chata do verão e se tiver, passe longe desse play, porque aqui o assunto é Thrash Metal, daqueles mais sagrados! 
  Atualmente a banda está com nova formação de quinteto, com Vinny Fist nos vocais e Paul Drunk na bateria (que gravaram o EP), além dos guitarristas Marcio Seabra e Igor Vinicius e o baixista Silvio Arruda.
SLAYER, TANKARD, DESTRUCTION, EXODUS, ANTHRAX (bem do comecinho), IRON ANGEL e por aí vai.... entendeu? Beleza, agora corre atrás de conhecer melhor essa pérola vinda de Fortaleza/CE.




GARRAFA VAZIA – “BACK TO BACANA” (2014)


Selo: Pé de Macaco S/A
FAIXAS:
1.  Back to Bacana/
2.  Cistite Cerebral/
3.  Viva o Irracional/
4.  Ultrasambarilóvi Punkblues/
5.  Maçãs Carlos/
6.  Incurável Coriza/
7.  Hard Rock no Pesqueiro/
8.  Pedalinho’s Party/

  Pois é, nem só de letras cabeça, sérias e instrumentação impecável se vive o ROCK BRASILEIRO, principalmente em se tratando de Underground e ainda reitero, principalmente em se tratando de Punk Rock!
  Essa banda de Rio Claro/SP vem pra provar isso tudo que falei acima, o GARRAFA VAZIA é um trio de Punk Rock’77 formado em 2009, com Mariones no baixo e vocal ‘fundo de poço’, Hebert Nascimento na guitarra e vocais e Vadio na bateria e roda ativamente o Underground sempre compondo e gravando do jeito que dá, sem frescura, esse disco por exemplo foi gravado em algumas horas ao vivo no estúdio Pé de Macaco em São Carlos/SP. E ficou ruim? De forma alguma, tá ótimo, se quiser conferir antes de comprar, corra pro Soundcloud da banda e confira (https://soundcloud.com/garrafavazia ).

  As letras são minimalistas, bem do tipo 2 estrofes e refrão, pra dizer o máximo, com letras simples e diretas, algumas que só eles podem entender, como ‘Maçãs Carlos’ (desconfio que seja algum vendedor ambulante da quebrada dos caras) e ‘Pedalinho´s Party’, outras na mesma pegada regional é ‘Hard Rock no Pesqueiro’, mas essa eu vi eles explicando num show, que, como moram no interiorzão de São Paulo, isso é comum, já que tem muitos pesqueiros aos redores da cidade.
  Muita coisa me lembra TOY DOLLS e bandas do tipo, com alta dose de humor, como em ‘Incurável Coriza’ ou ‘Back to Bacana’, mas certas letras também dão bem no meio da sacanagem nacional como em ‘Viva o Irracional!’, ficou bem claro que se trata de uma crítica ácida à imbecilidade televisiva da Vênus Platinada
Hebert e Mariones fazendo um 'merchan'
  A arte da capa e encarte é genialmente doentia e toda de autoria de Luiz Berger (http://luizberger.com/ ).
  Em suma, se você gosta de desbaratinar ao som de um bom Punk Rock descompromissado e divertido, GARRAFA VAZIA é a bola da vez.
  Contatos via Facebook:

Mariones (v/bx), Hebert (g/v) e Vadio (bt).
GARRAFA VAZIA


Fotos: Tubarão Millares.

sábado, 8 de agosto de 2015

“DIFUSÃO ANTIFACISTA” 02/08/15 – Rota Beer 25, Mogi Guaçu/SP



  Há um bom tempo Mogi Guaçú não via um evento legitimamente Punk e beneficente na sua cena. Até agora, quando o pessoal das bandas ERA SUBURBANA e GROTESQUE resolveram arregaçar as mangas para ajudar um abrigo infantil da periferia da cidade com mantimentos e chamando outras bandas Punks de fora, como CONDUTA CRIMINAL, DESACATO CIVIL e GARRAFA VAZIA.
  Infelizmente o HIPPIES NOT DEAD que estão no cartaz não puderam comparecer, mas a festa seguiu naturalmente com o CONDUTA CRIMINAL começando com seu mix de Punk/Hardcore e Thrash fazendo os punks que compareceram tocarem o terror em rodas monstruosas, tendo até que Treisnota, vocalista e guitarrista da ERA SUBURBANA pedir um pouco de cautela pro público não destruir os equipamentos do DJ Ed Padovan que fez uma discotecagem Punk nos intervalos, só com pérolas e B-Sides.
D.K. na Pick-Up!
  E foi justamente o ERA SUBURBANA que entrou em seguida com músicas que foram escritas há 10 anos atrás ou mais, afinal de contas essa banda é atemporal, um trio de irmãos de longa data que se reúnem ocasionalmente para fazer um som. Com uma levada mais tradicional do Punk clássico apresentaram ‘Garrafa Térmica’, ‘Desordem ou Progresso’ e ‘Grandes Idiotas’ e até ‘Canivetes, Corações e Despedidas’ do WANDER WILDNER.
  Entre um vinil e outro a galera ia interagindo, uma grande celebração entre velhos amigos que se reencontravam e novos que fizeram, altos papos construtivos, crianças correndo, filosofias voando no vento e observações sarcásticas eram comum.
ERA SUBURBANA e Régis (GROTESQUE)
com os herdeiros da cena.
Trilha sonora de ouro vindo das pick-ups de Ed Padovan, muita conversa fiada e piadas entre os velhos punks, visitas curiosas dos moradores do bairro, lembrando que o evento se deu num quintal de um estabelecimento comercial na periferia com portão aberto, afinal, mesmo pedindo 1 kg de alimento como ingresso, a filosofia punk jamais permitiria barrar a entrada de alguém ali, por mais desagradável que fosse, como foi o caso de uns dois ou três ‘fascistas’ que tentaram ficar presentes durante o show da banda GROTESQUE que prontamente deixou bem claro aos microfones que aquele evento era feito por Antifacistas e nacionalistas não seriam bem recebidos, apesar dos portões abertos...enfim, continuando a festa veio o pessoal do DESACATO CIVIL de São Paulo/SP com uma velocidade incrível em seu som, desgraçadamente desagradável aos incautos e mesmo assim víamos algumas ‘tiazinhas’ de idade avançada bailando no recinto e crianças batendo cabeça seguramente pra trás deixando a roda punk comer o cimento do chão em sons como ‘Internet’, ‘Mídia Nostra’ entre outras...foi foda!

  Agora era hora das prata da casa GROTESQUE que tem o público na palma da mão com sons que já viraram clássicos regionais, como ‘Cabeça de Pano’, ‘O Metaleiro’, ‘Silas Malafaia’ entre outros, e sim, durante o show deles ocorreu aquele fato desagradável que já comentei acima, nada demais e nada que eles não dessem conta de explicitar nos microfones, prontamente refletido no público.

GROTESQUE
  Com a festa instalada e sem volta, o GARRAFA VAZIA adentrou o palco já de noite para encerrar o bailão, como eles mesmo definem com seu Punk do Mato, já que a banda é de Rio Claro, interior de SP também.
  Foi uma sucessão de (s)hits como ‘Carol Caraia’, ‘Hard Rock no Pesqueiro’, ‘Eu não vou’ e ‘Eterno Desempregado’. Com a galera já arriada e o relógio perto das 22 batidas a festa foi encerrada com 2 versões monstruosas á pedido de um dos responsáveis pela festa, Régis (baixo) do GROTESQUE que pediu STOOGES e eles num misto das duas bandas mandaram ‘I Wanna be Your Dog’ e até um G.G. ALLIN deu tempo.


GARRAFA VAZIA
    Sim, foi uma puta festa Punk, com vários kilos de alimentos não perecível arrecadados para as crianças carentes e por cerca de 7 horas direto a galera interagiu entre punks e headbangers, populares e curiosos sem interferência da polícia (!), pasmem, sem tretas nem depredações, ou seja uma legítima FESTA PUNK. E com promessa de outra dose em alguns meses. Que venha!




Fotos do acervo do Tubarão Millares, ERA SUBURBANA e GROTESQUE, tiradas por uma porrada de presentes.

ERA SUBURBANA/GARRAFA VAZIA/GROTESQUE
GARRAFA VAZIA sendo GARRAFA VAZIA!

Kimba, o contador de histórias e recepcionista da festa.
Uma parte do público nas internas...

Marlos (GROTESQUE)

sábado, 1 de agosto de 2015

COSMO DRAH - Transcendendo toda psicodelia nacional!



COSMO DRAH
“Cosmo Drah” – (2015)
Selo Melômano Discos (www.melomano.com.br )

FAIXAS:
1.   Labirinto/
2.   Hospício/
3.   O Poder/
4.   Subversão/
5.   Cosmo Drah/
6.   Caos/
7.   Nova Estação/
8.   Salamandrah/
9.   Velhos Mestres/
10.       Mágica do Tempo/
11.       Roedor Renegado/

  Eis que a nossa cena tão rica e talentosa nos presenteia com mais uma banda talentosíssima e cheia de detalhes que devem ser devorados incessantemente!
  Com um disco muitíssimo bem elaborado e produzido, eis que vem à luz do mundo COSMO DRAH, uma força psicodélica, esmerada, viajandona e inteligente sem ser maçante.
  Sabe quando você entra nas águas do mar e dá aquela mergulhada na sua cabeça com águas poderosas que você jamais imaginou por onde passaram? Pois foi assim que me senti quando ouvi esse disco pela primeira vez.
  Sem nenhum ranço nostálgico, você se depara com uma banda que tem de tudo dentro do seu caldeirão sonoro, tudo de bom, vale ressaltar, desde aquele BLACK SABBATH psicodélico, passando pelos hermanos do AEROBLUS e desbundando aqui na nossa terrinha com nomes do calibre de SECOS & MOLHADOS, SOM NOSSO DE CADA DIA e PATRULHA DO ESPAÇO (principalmente a fase anos 2000, a voz do cantor Ruben Yannelli lembra muito Rodrigo Hid). Também percebe-se pitadas de TUTTI-FRUTTI, JETHRO TULL, GRAND FUNK RAILROAD, OS MUTANTES (fase progressiva), PAPPO, DUST, PESCADO RABIOSO entre outros...
  Essa banda, ladeada aos já experientes TOMADA, PEDRA e KLATU dão um bom caldo na cena nacional.

  Costumo destacar faixas, mas não há como fazer isso com esse disco sem ser injusto com as outras faixas não citadas. Mas posso tentar falar sobre ‘Subversão’ que é bem solta, assim como aquelas faixas mais jazzísticas do BLACK SABBATH original (sinto total presença de Bill Ward ali nas batidas livres do baterista Renato Amorim). ‘Labirinto’ e ‘Hospício’ que abrem muitíssimo bem o disco. Na faixa título ‘Cosmo Drah’ vejo um trabalho de cordas muito precioso, com o baixo de Elton Amorim passeando fácil e a guitarra de Anderson Ziemmer voando alto no wah-wah (santo HENDRIX, olha o cheiro de ‘doce’ no ar!)
  Pra parar de ficar dissecando as faixas injustamente vou direto à última ‘Roedor Renegado’ que tem uma letra de cunho social apuradíssima sem ser politicamente chata, aqui é tudo viajem!
  Enfim, se você procura uma banda para ‘abstrair’, para ‘viajar sem hora pra voltar’ ou é um tiozão saudoso querendo reviver as bandas setentistas ou é um ávido caçador do Underground nacional, sinta-se em casa, essa é a COSMO DRAH!

Anderson Ziemmer (g), Elton Amorim (bx/t), Ruben Yannelli (v), Renato Amorim (bt)

  Arte de capa e encarte por conta de Diogo Oliveira, o mesmo que trabalhou com as bandas VENTO MOTIVO, PEDRA, BARANGA entre outras.