Corria o ano de 2002 e o Coda já estava no ar ininterruptamente desde 1998, ou seja 4 anos, mas neste ano alguns sinais de desgaste começaram a aparecer, um deles foi uma tentativa de censura imposta pela 'direção' da Rádio na época, uns paus mandados de políticos retrógrados que se achavam os donos da verdade. Por exemplo, em Março desse ano, eu apresentei uma edição especial da "Enciclopédia do Rock" dedicada aos recém falecidos Paul Ballof (EXODUS), Chuck Schuldiner (DEATH) e Randy Castillo (OZZY, MÖTLEY CRÜE) e no calor do momento soltei uma frase que dizia o seguinte: "Pagodeiro que deveria morrer não morre!", pra quê? Um velho rabugento que era da direção subiu o morro e foi lá pessoalmente arrumar rolo com o Eduardo e a equipe toda dizendo que os pagodeiros também eram ouvintes da Rádio e não poderíamos falar coisas como aquelas, mas peraí, desde quando pagodeiro ouve programa de Rock? Outro exemplo, certa vez esse mesmo elemento subiu até a Rádio no nosso horário e deu de cara com alguns amigos nossos, membros de bandas conhecidas da região, mas todos devidamente tatuados e com seus piercings não foram bem vistos pelo 'distinto senhor' que chamou Eduardo num canto e lhe questionou a presença de tais elementos nas dependências da Rádio, insinuando que poderiam ser maus elementos e meliantes....Esse tipo de coisa foi nos enchendo o saco e se tornou o estopim para que (entre outros motivos) no fim desse mesmo ano decidíssemos encerrar as transmissões do Coda por um certo tempo, mas não sem antes escrevermos mais um capítulo da história do Coda (inconscientemente).
Mais ou menos em abril ou maio e nós começamos a ouvir boatos da vinda do RUSH pela primeira vez ao Brasil, eis que lá pelo mês de julho ou agosto demos em primeira mão no Coda a notícia oficial de que o RUSH viria sim ao Brasil e uma das datas era em novembro no Morumbí. Eu, na época, tinha meus contatos espalhados pelo Brasil, sabe aquela velha história de você conhecer alguém que conhece um outro alguém que é um figurão das gravadoras e afins? Então, é bem por aí que eu acabei recebendo de fonte mega-segura um e-mail falando sobre esse assunto e eu soltei no Coda. Ficamos todos eufóricos, pois, quem era discípulo seguidor do programa sabe da importância que o RUSH exercia sobre a programação do Coda. O tema de abertura sempre foi 'Spirit of the Radio' além de usarmos tantas outras como trilhas, como 'Big Money' etc... Eduardo Maia, o mentor do programa é o maior fã do RUSH que conheço, acompanha a banda desde sempre e ele e o Júnior viram os 2 shows da banda no Brasil na época, Sampa na sexta dia 22 de Novembro e no dia seguinte voaram até o Rio de Janeiro pra ver o outro show, o qual virou DVD e CD.
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Propaganda em contracapa de revista e com as datas erradas. |
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Propaganda que começou a sair em setembro no Jornal Folha de SP no formato pôster de 2 páginas |
Como eu não tinha tirado férias neste ano ainda, eu negociei não as férias inteiras e sim somente a semana do show do RUSH e já tava de bom tamanho, só aquela semaninha alí e tava tudo certo, o resto eu pegaria em grana.
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Júnior 'progressivo' Pessine como monitor de excursão (notem o detalhe: Geddy Lee na TV acima de sua cabeça) |
Acertado o meu lado e os detalhes da excursão, na sexta-feira 22 de Novembro de 2002 começamos a migrar entre Mogi Guaçú e Mogi Mirim capturando os felizardos que iriam desfrutar logo mais à noite 3 horas diretas do melhor show internacional que teria rolado no Brasil até então.
Chegamos em Sampa debaixo de chuva e logo nos separamos pois, cada um comprou um tipo de ingresso. O Eduardo e o Júnior compraram pista VIP, Eu, o Paulinho Batera (que na época tocava na banda Jesus.Com e hoje está na Diva Drive, além de sempre trabalhar vez por outra com algum cover do RUSH), o Carlinho (Pai Cigano) entre outros fomos pra Pista Convencional (ou seja, o gramado sagrado do Morumbi) onde encontramos mais alguns guaçuanos e o André e mais alguns foram pras cadeiras cobertas. Dentre os amigos do Coda estavam Adriano Marchiori e o finado Biscoitão, uma figura que sempre estava presente nos shows com ou sem a gente e faz muita falta (fica aqui a minha homenagem à ele que se foi em 2008).
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Visão geral do Busão com o cast ainda incompleto (várias figuras carimbadas da região) |
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Lotação esgotada (40 fanáticos) |
Após voltarmos pra casa, já era sábado e era dia de Coda On Line, mas dessa vez, e única vez, Eduardo Maia não estaria presente, pois voara para o RJ com o Júnior para verem o último show daquela turnê. Restou à minha pessoa e ao André apresentarmos o Coda sozinhos, o que deve ter dado o que falar àquele velho diretor da Rádio que só confiava em Eduardo e mais ninguém. Tocamos o nosso penúltimo programa com maestria na companhia do leal técnico de som Léo Brito e do Cristiano Minhoca (que tocava baixo e cantava na banda LETAL) e no final ainda relatamos verbalmente o que vimos na noite anterior aos ouvintes que nos ligaram aquela tarde inteira para falar de apenas 2 assuntos, o show do RUSH e o fim do CODA, que voltaria ao ar dali 1 ano e meio em outra emissora, mas isso é assunto pra outra hora.
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Trio célebre, André, Eduardo e Júnior |
Neste ano de 2003 que o Coda ficou fora do ar, nós mantemos a nossa amizade e nossos contatos e em meio a tudo isso, sem sabermos estávamos sendo visitados no site que ainda estava no ar e pessoas de todos os cantos ouviam as nossas reprises. Pois bem, eis que em 2004 quando voltamos ao ar recebemos uma ótima notícia da equipe da revista Dynamite de SP. Estávamos entre os 10 melhores programas de Rádio do ano de 2003 concorrendo ao "Prêmio Dynamite Melhores de 2003", mas como se estivemos fora do ar neste ano? Milagres da internet, o site se manteve no ar e as pessoas ouviam nossos antigos programas e assim a fama do Coda ultrapassou as leis gerais da lógica.
Fomos convidados a participar do Coquetel da noite de premiação em São Paulo, mas isso é história pra outro post.
Até mais crianças...
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