TOCA DO SHARK: EXECUTER FEST 3º Edição. Consolidando a cena no Circuito das Águas!

Sábado, 18 de Outubro de 2014

Amparo/SP

BANDAS: CIRCLE OF INFINITY, LEPTOSPIROSE, PANZER, NERVOSA, EXECUTER, SALÁRIO MÍNIMO, TORTURE SQUAD.

E mais uma vez, pela terceira pra ser mais preciso, a cidade de Amparo, interior de SP, no conhecido Circuito das Águas foi palco do verdadeiro underground metálico com a terceira edição do já tradicional “EXECUTER Fest”, que, como já entrega o nome, é capitaneado e totalmente organizado pelos 4 veteranos guerreiros do Thrash Metal do EXECUTER banda da própria cidade que começou sua caminhada no final dos anos oitenta e que recentemente fez uma turnê europeia pela primeira vez em mais de 25 anos, celebrando também o relançamento do primeiro e clássico álbum “Rotten Autorities” de 1991 em vinil azul.

Como eu disse, esse evento já é tradicional, ou, ao menos o público em geral deveria encará-lo assim, pois não foi o caso e o público ficou muito aquém do esperado numa atitude vergonhosa por parte desses que arrotam o tempo todo via redes sociais que apoiam a cena. Pois se não, vamos analisar os fatos:

a) Evento com estrutura de primeira, num local excelente localizado no centro de uma bela cidade turística de fácil acesso;

b) Som invejavelmente perfeito e equalizado cristalinamente;

c) Divulgação maciça e venda antecipada de ingressos há mais de 2 meses, tanto em pontos físicos espalhados pela região como via web;

d) A credibilidade de duas edições anteriores de sucesso no histórico, com DVD lançado e tudo mais;

e) 5 nomes de respeito e tradição na cena e mais 2 grandes promessas em plena ascensão;

f) E preço de pinga;

Será que tudo isso não seria atributos mais do que suficientes para arrastar no mínimo 500 pagantes? Pois é, nos meus 20 anos de cena não sei mais o que pensar sobre o assunto... Isso tudo sem contar que nem a dita ‘imprensa especializada’ deu as caras, talvez porque não tiveram as tão cobiçadas credenciais...tsc..tsc...

Mas vamos falar de coisas boas.

Como já disse a estrutura foi maravilhosa, numa casa de eventos ótima no centro da belíssima cidade turística de Amparo, a One Eventos, ali encontramos um som perfeito para as bandas e várias barraquinhas que fizeram nossos bolsos esvaziarem rápido, com várias camisetas, discos de vinil, CD’s, singles, compactos, broches, EP’s, adesivos, braceletes e acessórios afins das bandas presentes e outras relíquias de bandas undergrounds e internacionais consagradas. Um deleite para os olhos e ouvidos e um desespero para os bolsos.

LEPTOSPIROSE

A primeira banda, da cidade de Limeira/SP, CIRCLE OF INFINITY eu perdi justamente pelo fato mais do que louvável do evento ter começado pontualmente no horário previsto, azar o meu que cheguei no meio da apresentação divertidíssima do LEPTOSPIROSE que apresenta um misto de Punk/Harcore, com pitadas de Metal sem dó dos tímpanos num som super foda que esbanja experiência em apenas um ‘power trio dus inferno’! Afinal a banda vem por aí há mais de uma década com Quique Brown e Velhote na frente. Destaque para a já clássica ‘Aqua Mad Max’!

LEPTOSPIROSE

Depois do LEPTOSPIROSE veio a força veterana do Thrash nacional PANZER, há mais de 20 anos levantando a bandeira e sustentando o que veio a fazer, a banda recentemente sofreu um embate com medalhões alemães de bandas conhecidas querendo tomar posse do nome ‘na mão grande’ pra um pseudo-projeto, mas segundo o baterista e fundador Edson Grassefi, as coisas parece que foram acertadas graças aos fãs que aporrinharam os gringos com mensagens de repúdio à tal atitude da parte deles lá na Europa. Ponto pra união na hora certa! E, afinal, ao quê veio o PANZER? Thrash Metal trampadão e na cara, claro! Divulgando o novo play, “Honor” eles mandaram sem piedade seus quase 60 minutos de pedradas como ‘Your Blood’, ‘Affliction’ e várias das novas, como ‘I Wanna Make You Pay’, ‘Burden of Proof’ e ‘Victim of Choices’. Sem palavras!

PANZER

Andre Pars (PANZER)

PANZER na ativa!

Outro ponto a ser louvado no festival foi a troca rápida e eficaz das bandas, que fizeram a galera manter o pique, sem aquele desânimo que sempre bate nos intermináveis intervalos entre as bandas de vários festivais, onde alguns ainda querem passar o som, o que não aconteceu nesta noite, mostrando que as bandas provavelmente passaram o som durante o dia e nos brindaram somente com a parte boa da festa, tudo isso prontamente amparados pelos 4 integrantes do EXECUTER que há todo tempo se mostraram presentes em cima do palco, na plateia, atrás do som, enfim, assessoria total por parte dos anfitriões e era chegada a hora de uma das principais bandas da festa, NERVOSA, o Power trio feminino composto por Fernanda Lira (bx/v), Prika Amaral (g/v) e a veterana Pitchu Ferraz(bt) fizeram o público enlouquecer sem precedentes. Há 2 anos vindo na estrada angariando louros e mais louros as garotas salpicaram futuros hinos durante o set como ‘Into Mosh Pit’, ‘Justice be Done’ e ‘Victim of Yourself’ com destaque para a baterista Pitchu Ferraz que toma conta do show com seu kit infernal de bateria e dá uma verdadeira aula de agressividade e técnica nos fazendo ter dó das peles e tambores, também, uma mulher que está na cena desde sempre e já tocou (toca) com nomes do calibre de AJNA, WANDER WILDNER, PAULO MIKLOS, DOMINATRIX, MERCENÁRIAS, HELLSAKURA entre outras, só pode dar um show à parte mesmo!

Prika Amaral (NERVOSA)

Fernanda Lira (NERVOSA)

Prika Amaral (NERVOSA)

Era chegada a hora dos anfitriões subirem ao palco e a frente do palco ficou fechada pelos fãs, amigos e admiradores. Como todas as outras bandas, foram apresentados pela dupla do Programa MultRock da webTV ABCD (https://www.facebook.com/ProgramaMultrock ), Afonso Ellero e Tony Kleeberg. O EXECUTER está divulgando, além da relançamento em vinil do primeiro play como já citei, o novo disco “Helliday” e o set rápido e rasteiro veio com hinos de todos os discos, como ‘And the Rottenness Goes On...’ do terceiro disco “Welcome to Your Hell” (2006), ‘Involuntary Suicide’ do segundo “Psychotic Mind” (2003) e hinos do début de 1991, ‘Money’, ‘No Destiny’ e a faixa título ‘Rotten Authorities’ para fechar o set.

EXECUTER

Paulo Castro (EXECUTER)

Juca Garcia e Paulo Castro (EXECUTER)

Béba (EXECUTER)

Elias (EXECUTER)

Como o horário de verão nos comeu uma hora, a banda SALÁRIO MÍNIMO entrou no palco depois das 03:00hs e veio em formato de quarteto pois o guitarrista e fundador Júnior Muzilli teve problemas pessoais que o impediram de embarcar para Amparo com a banda, que se virou muitíssimo bem nesse formato, com méritos pro guitarrista Daniel Beretta que se destacou nas 6 cordas muito bem aparado pelo excelente e performático baixista Diego Lessa, fazendo com que ninguém sentisse falta de outra guitarra. Como sempre China Lee já chega com tudo abrindo o show com o hino ‘Delírio Estelar’ que este ano completou 30 anos que veio ao mundo via “S.P. Metal” (1984 - Baratos Afins) e no pique oitentista, exaltado pelo vocalista, que explicou a presença da banda como um estranho no ninho em meio à bandas de Thrash Metal, seguiram com uma enxurrada de clássicos daquela década mágica agradando à todos, sem exceção. Vieram ‘Beijo Fatal’, ‘Anjos da Escuridão’, ‘Doce Vingança’ e a interação com o público foi outro ponto louvável da banda que apresentou seu novo single ‘Fatos Reais’ com o baterista Marcelo Campos em destaque.

Daniel Beretta (SALÁRIO MÍNIMO)

Diego Lessa (SALÁRIO MÍNIMO)

SALÁRIO MÍNIMO

Fechando a noite tivemos a destruição total e plena do trio monstruoso TORTURE SQUAD que divulga seu novo disco temático “Esquadrão de Tortura”, que trata sobre a sanguinária ditadura militar que o Brasil enfrentou por mais de 20 anos entre as décadas de 60 e 80, com direito a introdução e tudo, tocaram as novas ‘Pátria Livre’ e ‘Wardance’ além dos clássicos ‘Pandemonium’ e ‘Living for the Kill’.

TORTURE SQUAD

André Evaristo (TORTURE SQUAD)

Castor (TORTURE SQUAD)

Pois bem, a despeito do público pouco numeroso, os presentes se fizeram satisfeitos com a noitada metálica e saíram risonhos do clube e as bandas idem.

Mais um grande evento que vai ficar na memória de quem se fez presente e que, infelizmente teve suas edições futuras comprometidas por parte d’um público que não sei onde se enfiou mais uma vez e como eu disse lá em cima, não sei de mais nada em relação ao quê querem esses ditos fãs de Metal Underground...