sábado, 23 de maio de 2015

Coletânea "Independente ou Morte" da Nave dos Deuses traz 12 bandas em bom português!



DISCO “Independente ou Morte”
Vários Artistas
Selo: Independente (www.navedosdeuses.com.br )
FAIXAS:
1.   PEDRA – Pra Não Voltar/
2.   TOMADA – Catarina/
3.   MAMUTES – A Dama de Branco/
4.   KRIAS DE KAFKA – O Amor é Fudido/
5.   AMÁKINA – Meu Lar é o Bar/
6.   KLATU – Não Cante Essa Música/
7.   INSONES – Guarda-Chuva/
8.   INTRÍNSECO – Fogo/
9.   TEORIAS DO AMOR MODERNO – Do Avesso/
10.       MANDACHUVA – Incapaz/
11.       LADRÕES DE VINIL – Cidadão Comum/
12.       BLUES RIDERS – O Bluesman/

Em uma grande iniciativa do site Nave dos Deuses (www.navedosdeuses.com.br ) em parceria com a produtora LadoB surgiu essa bela coletânea com 12 bandas ímpares na cena ‘nova’ daquilo que eu chamo de ROQUENROU, ou seja, o NOSSO Rock de verdade, cascudo, com peso e inteligência, além de muito talento, mas ainda desconhecido, coloquei a palavra nova entre aspas porque aqui temos bandas com mais de décadas de estrada, mas que surgiram numa época em que Rock não valia mais nada pra mídia e ficaram relegadas ao Underground. Muitas delas já passaram aqui pela TOCA DO SHARK e vivem aparecendo na nossa página do Facebook também.
  A coletânea começa com uma pérola do PEDRA que, na voz de Xando Zupo, interpretaram ‘Pra não Voltar’ que expele muito talento nas cordas e backing vocals afinadíssimos.
  Na sequência temos outro grande nome da capital paulista, TOMADA com a maravilhosa ‘Catarina’, uma das mais diferentes e melhores canções dessa banda que tem uma década e meia de produtividade.
TOMADA (Foto: Victor Daguano)
  Três bandas que eu não conhecia surgem então, MAMUTES, KRIAS DE KAFKA e AMÁKINA, cada uma no seu nicho fazendo um bom Rock. O que salta aos ouvidos é a proposta de todas as bandas dessa coletânea cantarem em bom português, isso é louvável e mais louvável ainda é o intuito, afinal essa coletânea foi fabricada em formato físico com capinha tipo envelope de papelão grosso e colorido, com encarte também colorido, escala industrial e para ser distribuído gratuitamente, além do download também na faixa disponível no site da Nave dos Deuses, ou seja, a intenção aqui é só uma, difundir mais e mais as bandas que produzem Rock de qualidade no nosso país... existe a intenção de se lançar uma outra coletânea dessas em breve com bandas de som mais pesado, aguardemos de dedos cruzados!
  KLATU é outra da leva ‘diferente de tudo’, brincam com o rótulo de ‘Rock Infinito’ e se apresentam com ‘Não cante essa música’ que tem na voz de Carol Arantes lembranças da clássica e mutântica RITA LEE.
  INSONES botam peso e urgência nesse bolo, com uma guitarra garageira e uma voz com pitadas de desiquilíbrio psíquico apresentam ‘Guarda-Chuva’ ao vivo. Outra semelhante é o INTRINSECO com ‘Fogo’ que tem uns efeitos de baixo creio eu que deram um gostinho diferente ao som e TEORIAS DO AMOR MODERNO tem um nome estranho mas um som dos bons com vocal feminino fugindo dos ‘padrões Pitty de ser’ mandando ‘Do Avesso’, legal que todas tem ótimas letras que chamam o ouvinte a pensar no cotidiano, na vida e seus sabores e dissabores.
LADRÕES DE VINIL (Foto: Arthur Garcia)
  Rockão pra cima e com um pé fincado no punkão tipo INOCENTES é o MANDACHUVA com a faixa ‘Incapaz’
  Outra que tem um rockão pra cima e garageiro, à lá antigo AUTORAMAS é o LADRÕES DE VINIL que vem com um baita som legal e dançante chamado ‘Cidadão Comum’ com uma letra muito divertida que você quer acompanhar logo de cara.
  E pra fechar nada melhor que um bluesão cheio de feeling da banda veterana BLUES RIDERS com mais de 20 anos de estrada (entendeu as aspas lá do começo do texto agora?) eles fecham com chave de ouro a coletânea com a faixa ‘O Bluesman’, o creme do milho!
BLUES RIDERS BAND (divulgação)
  Sem mais espero que corram atrás, baixem, entrem em contato com o site Nave dos Deuses, procurem conhecer melhor os discos dessas bandas fora de série e espalhem pros amigos e amigas, hoje tá fácil isso tudo, ah....não se esqueçam de comparecerem aos shows e adquirirem os materiais das bandas, só assim a cena sobrevive!
  Agora se você quiser participar do sorteio da Toca e concorrer à esse biscoito em formato físico basta curtir a nossa página no Facebook (https://www.facebook.com/toca.do.shark?fref=ts ), compartilhar esse texto no Facebook e clicar em (https://www.facebook.com/toca.do.shark?sk=app_154246121296652&app_data=%7B%22id%22%3A457826%7D )
Boa Sorte! 

sábado, 9 de maio de 2015

IMBYRA “The Newborn Haters” (2014)


FAIXAS:
1. Operation Anonymous/
2. Virus/
3. The Newborn Haters/
4. We Stand/
5. Endless Chapter/
6. Impunity/
7. End of Ares/
8. I’m Your Hell/
9. Buried Hours/
10.    Bleeding Stitches

  Com o passar dos anos as coisas ficaram tão estranhas no underground nacional que nem sei mais o que pensar...
  IMBYRA – uma banda de Thrash Metal não datado formada nos EUA por um brasileiro que era baterista aqui e lá virou guitarrista/vocalista/compositor entre outras coisas.
  A banda já está no segundo disco, esse que eu descrevo aqui, “The Newborn Haters”, lançado ano passado é de uma qualidade sem tamanho, impecabilidade instrumental, lírica e produção cristalina que dão a esse disco independente (?) um lugar de destaque na cena. É sério isso? Claro que não, ao menos a última parte, pois vejamos, nos anos 90, não muito tempo atrás, até o começo dos anos 00 a cena era repleta de excelentes bandas e um público que ainda era ávido por novidades, principalmente no Metal trabalhadão assim e com esse peso todo, certamente cairia no gosto geral dos Headbangers da ‘terra do Sepultura’, então porque, não muito tempo depois, essa banda ainda é novidade pra esmagadora maioria dos ditos headbangers país afora? Porque esse disco é independente? E porque eles não tocam nos picos de respeito e grande visibilidade, como um ‘Palco Sunset’ da vida? Acho que tem MUITA coisa errada na cena e infelizmente não serei eu....um mero blogueiro de baixa audiência que irei enumerar o que tem de errado aqui na ‘terra de Pindorama’, prefiro enumerar as qualidades desse PUTA DISCO que, se fosse nos anos 90 estaria entre os 3 maiores do Metal-BR mundo afora, ombro-a-ombro com SEPULTURA, VIPER entre outros...
Fabrício Ravelli (vocal/guitarra)
  O disco comandado pelo vocalista, guitarrista e compositor Fabrício Ravelli (ex-baterista do HARPPIA e HIRAX) tem um peso monstruoso logo na primeira faixa ‘Operation Anonymous’ que relata na letra as manifestações que assolaram o Brasil nos meses entre Abril e Julho de 2013. Outra que se destaca sozinha é a faixa título onde, segundo Fabrício (leia mais em http://tocadoshark.blogspot.com.br/2015/03/imbyra-impondo-respeito-no-underground.html)  , não somente a letra dessa, mas o tema que permeia pela obra em si é a consciência de que o cidadão tem que ter um posicionamento político seja ele qual for, uma responsabilidade social, afinal, nos dias de hoje é inadmissível aquela mentalidade canhesta de que suas atitudes não influem na vida de quem quer que seja globo afora.
  Os vocais de Fabrício são um ponto de destaque, geralmente agressivo (ao vivo ele se amplifica de uma maneira descomunal!), ele varia e viaja em nuances mais suaves e angustiantes, como em ‘Impunity’ que tem toda uma aura de desgraça, afinal foi baseada num fato real de desgraça social, o assassinato de um jovem de 19 anos, baleado por um menor de idade que está livre e solto na sociedade para repetir a dose quantas vezes quiser, uma realidade cruel vivida em nosso país. Destaque para o solo de guitarra dessa faixa, valendo ressaltar que todos solos de guitarra e baixo desse disco foram gravados por Mauro Juliany que não está na banda. Já as bases, vocais e baterias ficaram à cargo de Fabrício que deixou sua marca bem gravada na bateria de ‘End of Ares’, puta velocidade e pegada louca pra se bater cabeça como se não houvesse amanhã.
Atual line-up do IMBYRA (Anderson, Guilherme, Fabrício e Danilo)

  Em ‘Endless Chapter’ temos um tema com violões, uma coisa bem diferente, um bônus no play que é todo Thrashão, lembrando em algumas faixas o MACHINE HEAD, mas arrisco dizer que esse disco é estilo IMBYRA mesmo.
  O encarte e capa idealizados por Anderson DeFrança (ex-baixista do CHAOSFEAR) que atual como baixista da banda em tempo integral é uma obra prima que completa a obra musical, com ilustrações de vários artistas e capa de André BDois.

  Em resumo, não sei o que está acontecendo na cabeça dos bangers que ainda não foram atrás desse disco dessa banda, dos shows deles, enfim, uso a internet pra difundir as bandas que conheço palcos Brasil afora e não estou aqui pra doutrinar ninguém pelo computador, até porque ‘banger de web’ não sustenta underground nenhum. Levante da cadeira e vá aos shows do IMBYRA e surpreenda-se!
Anderson DeFrança (bx), Danilo Bonano (g), Fabrício Ravelli (v/g), Guilherme Figueiredo (bt).