domingo, 15 de janeiro de 2017

BLACKENED - Thrashão de Responsa paranaense!



BANDA: BLACKENED
DISCO: “Truth Behind Destruction”
ANO: 2016
SELO: Independente
FAIXAS:
1.  The Front Remains/
2.  Chemical Terror/
3.  Slaughtered Tomorrow/
4.  Brain Control/
5.  Into Lunacy/
6.  Suffer Under.../
7.  Extreme Violence/
8.  Stay Wasted/
9.  Truth Behind Destruction/
10.      Against the Grain/

  A verdade, que eu senti ao ouvir esse disco e tantos outros lançados nos últimos tempos, é que a galera de hoje quer ter uma experiência mais próxima daquela vivência de  três décadas atrás, aquela coisa mais orgânica de se reunir com os amigos de escola que curtem o mesmo tipo de som que você tomando umas brejas no quintal de casa ou no quarto e botar aquele disco fudido pra rodar, tuxar o volume como se não existissem vizinhos e ‘meter o louco’. Porque era exatamente isso que a gente fazia quando éramos adolescentes espinhentos e cabeludos, ao som de discos do EXCITER, MOTÖRHEAD, VENOM, KREATOR, KORZUS, ANTHRAX, SUICIDALTENDENCIES, D.R.I., SLAYER, WARFARE, REVENGE, DORSAL ATLÂNTICA etc... 
João Wegher (v/bx), Marcelo Martins (bt), Ulisses Nathan (g), Carlos Knauber (g)
BLACKENED (foto: Sarah de Oliveira)

  E essa banda de Curitiba parece querer viver o mesmo ritual, afinal, pelas fotos nota-se que a idade deles não permitiu à João Wegher (v/bx), Ulisses Nathan (g), Marcelo Martins (bt) e Carlos Knauber (g) vivenciar essas experiências pré-internet e eles se esforçaram pra aproximar a obra deles com as daquela mágica década. Capa e letras remetem à guerra fria, bombas atômicas, guerras sangrentas e manipulações mentais em massa ministradas por religiões assassinas. A sonoridade segue aquela métrica de riffs em profusão,bateria e baixo explosivos e solos emergenciais, pra ficar mais fiéis só faltou os refrões cantados em coro e um tratamento analógico nas gravações, se esse disco tivesse esse tratamento e fosse lançado em vinil, com essa capa detalhada e um som bem gordão aí sim a experiência de túnel do tempo estaria completa, mas o que me abate é a tristeza de saber que, mesmo com todo esses esforços da BLACKENED, dificilmente o público hoje em dia irá recriar todo aquele ritual que eu citei acima pra se deliciar com esse disco, afinal, os tempos infelizmente são outros e os hábitos se perderam em meio à tamanha revolução tecnológica e comportamental. Mas ainda restam os saudosistas que irão deixar uma lágrima escorrer se assim se permitirem.
  Deixem o toca-discos descansando e comprem esse Cdzinho dos paranaenses e se dê essa chance velho amigo thrasher!