BANDA: BLACK SABBATH
DISCO: “13”
ANO: 2013
SELO: Vertigo/ Universal Music
FAIXAS:
1. End of the Beginning/
2. God Is Dead?/
3. Loner/
4. Zeitgeist/
5. Age of Reason/
6. Live Forever/
7. Damaged Soul/
8. Dear Father/
BÔNUS CD:
1. Methademic/
2. Peace of Mind/
3. Pariah/
1. End of the Beginning/
2. God Is Dead?/
3. Loner/
4. Zeitgeist/
5. Age of Reason/
6. Live Forever/
7. Damaged Soul/
8. Dear Father/
BÔNUS CD:
1. Methademic/
2. Peace of Mind/
3. Pariah/
Quando anunciaram
a reunião do BLACK SABBATH original eu olhei tudo aquilo com desconfiança e
desdém de um fã que há anos não via Ozzy com bons olhos. Notei ali um certo tom
de oportunismo, afinal, Ronnie James DIO tinha falecido à pouco tempo dando fim
ao HEAVEN & HELL e deixando Tony Iommy e Geezer Butler livres para Sharon
Osbourne usá-los numa reunião lucrativa com Ozzy.
Pois bem, mesmo
assim, acompanhei de perto tudo que os cercou, como um bom fã de ROCK AND ROLL
e HEAVY METAL faria. Chegado o tal 11/11/11 e a tal coletiva, tudo mil
maravilhas e logo em seguida Bill Ward anuncia que não iria participar da
reunião e todos sabiam já o motivo, grana e Sharon querendo pagar menos pra
ele. Pô, o cara é 25% do BLACK SABBATH que todos queriam ver juntos, não seria
justo ele receber como um empregado e ele com sua moral intacta saiu desta
reunião que tomou ares de ‘mico do ano’. Passado tudo isso, Tony Iommy anuncia
que estava tratando de um câncer, o que assustou todo o mundo metálico. E
agora? Vai dar tempo de gravarem um disco inteiro antes de algo pior acontecer?
Bill Ward voltaria atrás? Se não, quem será o baterista, Vinnie Appice? Tommy
Clufetos? Carmine Appice? Muitas perguntas tomaram conta da web e agora, todas
foram sanadas.
Com o apoio de
Brad Wilk (baterista do RAGE AGAINST THE MACHINE) o trio de Metal Ozzy, Tony e
Geezer conseguiram sim completar um disco inteiro de composições com a cara do
BLACK SABBATH depois de mais de 35 anos.
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Anunciando a reunião ainda com Bill Ward |
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Já com Brad Wilk entre os senhores do Heavy Metal |
O disco que saiu
recentemente no Brasil e no mundo todo sob o nome de “13” traz 8 faixas
matadoras e soturnas, na versão dupla digipack temos mais 3 faixas
indispensáveis no segundo CD.
O disco começa
com dois grandes questionamentos humanos como tema das canções, as já conhecidas
faixas (que saíram antes do disco em si) ‘End of the Beginning’ e ‘God is
Dead?’ tratam das perguntas que atolam nossas mentes e almas nos dias
apocalípticos em que vivemos (na verdade, esse tema sempre existiu, desde o
primeiro disco do BLACK SABBATH e continua atual), são instrumentais arrastados
e bem angustiantes, o que permeia o disco e sinto neles heranças gritantes do
que Iommy e Butler fizeram no “The Devil You Know” do HEAVEN & HELL em
2009, opinião de fã, claro.
Neste disco temos
ótimos temas que se destacam como as já citadas mas sempre iremos compará-las
aos clássicos antigos, como por exemplo a entrada e levada de ‘Loner’ que me
lembrou ‘N.I.B.’, ‘Zeitgeist’ que me trouxe aquele clima opaco e inebriante de
‘Planet Caravan’, incluindo aí os bongôs, temos também ‘Age of Reason’ que é
pesadão e começa com a bateria, nesta hora me peguei pensando, como soariam os
tambores de Bill Ward alí, já que os de Brad Wilk, apesar de precisos, me
soaram um pouco burocráticos, mas isso caberia a Rick Rubin que foi o produtor
e deveria ter dado um jeitinho né? Nada contra seu corretíssimo trabalho na
produção do disco, mas ele poderia ter dado ‘um tapa’ na bateria para ela soar
menos pasteurizada. Louvável mesmo é a sonoridade do baixo de Terrence Geezer
Butler, letrista principal e baixista mais do que idolatrado na história da
banda, ele fez jus à sua fama e continua nos fazendo pensar ‘Puta que pariu, como toca esse Geezer!’
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Os vários formatos do álbum no mercado |
Temos ainda a
acelerada ‘Live Forever’ e a longa e marcante ‘Damaged Soul’ onde Ozzy até nos
brindou com um pouquinho da sua boa e velha harmônica.
Fechando o disco
normal, temos a maravilhosa e vezes cadenciada-vezes acelerada ‘Dear Father’,
onde Ozzy dá o seu melhor e fecha o disco com aquele efeito sonoro onde tudo
começou: o som da chuva torrencial e do
sino lá do primeiro e longínquo disco de 1970.
Falar sobre os
riffs de Iommy é ‘chover no molhado’ e, apesar de não encontrarmos sons
acelerados e urgentes como ‘Hole in the Sky’ ou ‘Children of the Grave’ nesse
disco (o que eu particularmente senti falta), é totalmente louvável ouvir do
que Tony Iommy é capaz, mesmo combalido pelo pesado tratamento em combate ao
câncer à que se submeteu durante essas gravações. Ele é o verdadeiro IRON MAN!
Geezer, como eu
mesmo já citei acima, está nos surpreendendo a cada faixa, faça um favor à si
mesmo e ouça esse disco, seja ele em LP ou em CD (original, nada de MP3) num
aparelho de som adequado e à todo volume. Não o faça em seu computador, com
aquelas caixinhas fracas, senão você nunca entenderá do quê se trata esse novo
disco do BLACK SABBATH.
Brad Wilk foi
correto em seu serviço, sem mais. E Ozzy Osbourne não tem mais aquela garganta
dos anos 70 de ‘bruxa enlouquecida’,
ele usa efeitos em sua voz e faz o que anda fazendo em sua carreira solo há
alguns álbuns já, mas não compromete não.
Senti falta de um
encarte mais detalhado e com mais fotos, chega a ser vergonhoso ver que só tem
3 fotos nele. Poderíamos ter ali um belo livreto né?
Agora, quem não
comprar a versão dupla irá perder 3 ótimas e indispensáveis faixas
(teoricamente claro, pois com a internet à nosso serviço, nada passa batido,
mas eu sou antiquado mesmo e prefiro o formato físico, com encarte e tudo).
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Confeccionando a impressionante capa de "13" |
‘Methademic’ é
tudo que eu esperei o disco todo, um som direto e com riffs ‘coceira’ de Iommy com Geezer fungando ali no cangote dele, a bateria também deu uma bela melhorada em seu andamento.
‘Peace of Mind’
tem uma levadona cadenciada digna da fase do SABBATH com DIO, você se pega até
esperando entrar a voz dele e o baixo tá nervosão, rosnando alto! Brad Wilk dá
uma enlouquecida de leve no meio da música e faz os tambores tremerem um pouco
antes da canção mudar seu andamento para algo mais urgente.
A última de
verdade é ‘Pariah’, já pelo nome sabe-se que podemos esperar uma grande canção
do BLACK SABBATH e é o que temos, só achei que Ozzy poderia cantar mais alto e
louco do que em sua zona de conforto,
onde ele ficou por quase todo o disco.
Resumindo, esse
disco veio cumprir o que se propôs a fazer, uma reunião do Ozzy com Iommy e
Butler depois de 3 décadas. Sentimos muito a falta de Bill Ward aí neste disco
e nesta turnê, mas nem tudo sai como queremos, é um prazer ouvir Iommy criando
novos riffs marcantes e Butler nos surpreendeu o disco todo, só tenho uma coisa
a dizer: Que venham mais discos do SABBATH pela frente e que desta vez seja com
Bill Ward na bateria. Mas esse disco valeu muito cada centavo pago por ele.
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Ozzy Osbourne, Tony Iommy e Geezer Butler |
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Capa do primeiro single 'God is Dead?' |
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Tocando durante um episódio da série de TV 'C.S.I.' para promover o novo álbum |
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Cartaz do show mais esperado do Brasil neste ano. |
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