sábado, 4 de julho de 2015

VIRADA CULTURAL 2015 (21/06/2015 – Palco Rio Branco no dia do Metal)


Esse foi o clima da Virada Cultural, o respeito com o público e a admiração para o artista.
Aqui André Matos do VIPER se entregando ao público enquanto canta!


  E lá vamos nós ler mais uma história que eu vivi, sim porque resenha seria muita prepotência de um cara que saiu de casa 3 horas da madrugada de busão rumo à capital do estado de SP sem credencial nem moral pra contar pros amigos no seu blog o que viu, com fotos toscas de celular tiradas do meio da multidão. É isso que vocês queridos leitores irão ler aqui, a experiência d’um cara que tá nas ‘trincheiras do Metal nacional’ desde sempre e não é um amigo do colega do parente de alguém que foi agraciado com a pulseirinha especial ou uma credencial de imprensa, ok?
  Se não fosse ‘a little help from my friends’, vocês iriam ter que se contentar com as fotos mais toscas da Terra, hehehehe…

  Explicado isso lá vamos nós. A Virada Cultural desse ano era uma incógnita até o último minuto pros amantes do Rock, afinal, o curador da Virada responsável pelo lado ROCK da coisa, nosso querido Percy Weiss faleceu há uns 2 meses e ninguém sabia se iria ter Rock nessa Virada e sim, teve e muito. Quisera eu poder ir no sábado pra pegar as atrações desde o primeiro minuto, mas, como a vida é feita de escolhas eu escolhi sacrificar o sábado em prol das atrações de Metal Nacional que iriam dominar o Palco Rio Branco no domingo à partir das 6hs da manhã.
  6 horas o KRISIUN subiu ao palco pra começar a ‘moeção’, mas o mané aqui ainda tava dentro do Cometão essa hora e só conseguiu pegar os últimos segundos da apresentação do trio mais poderoso do país!
KORZUS
  Me restou se preparar psicologicamente para o massacre dos veteranos do KORZUS que entraram com o ‘pé na porta’ às 8 horas em ponto. Um show do KORZUS é sempre uma aula de peso, talento e, acima de tudo, respeito para com o público Metal, com Marcelo Pompeu usando o dom da oratória para mais uma vez defender os fãs de Metal e louvá-los pelos mais de 30 anos de estrada, onde ele agradeceu a cada um ali por amanhecer no centro velho de SP em nome do Metal. Clássicos não faltaram, ‘Pay for Your Lies’, Agony’, ‘Correria’ e ‘Guerreiros do Metal’ se misturavam à sons novos como a polêmica ‘Vampiro’ do último CD. Uma aula de como se deve fazer um show de Metal e de como se deve tratar os fãs, aliás uma coisa que se repetiu o dia todo em todos os shows.
Final do show do KORZUS.
  Às 10 da manhã sem deixar a peteca cair entra em cena o VOODOOPRIEST com seu repertório baseado no primeiro CD da banda “Mandu” que conta a história de um guerreiro indígena brasileiro que defendeu seu território por 7 anos sozinho, território esse que hoje se chama Piauí, tudo isso explicado detalhadamente pelo vocalista e Vítor Rodrigues (veja vídeo https://www.youtube.com/watch?v=6-_L4xtnXY8), também conhecido como Vitinho, ex- vocalista do TORTURE SQUAD. 
VOODOOPRIEST
  Vitinho uma pessoa sem igual botou o público na palma da mão com sua educação e simpatia e com os sons ‘Warrior’, ‘Trail of Blood’ e a faixa título do play em questão fez todo mundo bater cabeça e abrir rodas enormes de mosh-pit.
Um dos destaques deste show e também do DR SIN e do VIPER foram os discursos em prol da igualdade das minorias, nesse caso das raças e etnias dentro do país. Ao final da apresentação foram atender aos fãs e vender alguns CD’s e camisetas, distribuindo autógrafos e fotos com quem aparecesse. Nota 10!
Edu Nicolini (bt), Covero (g) e Vitor (v) autografando CD's
"Mandu" do VOODOOPRIEST

DR. SIN (Andria Busic, Ivan Busic e Eduardo Ardanuy)
  12 horas era hora do maior nome do Hard Rock nacional pisar no palco, DR. SIN que começaram o show com ‘Down in the Trenches’ e desfilaram vários clássicos desses mais de 20 anos de banda, como ‘Miracles’, ‘Fire’ e novos sons como a festeira ‘Saturday Night’ e ‘We’re not Alone’. Ivan Busic ainda passou a bateria ao seu roadie para tomar a frente do palco e cantar ‘You Really Got Me’ do KINKS na versão VAN HALEN e se divertir um pouco enquanto agitava o público com seu carisma inigualável. O auge final ficou por conta de ‘Futebol Mulher e Rock and Roll’ que sempre alegra todo mundo, afinal putaria move o mundo hehehehe.... (aqui um pequeno resumo em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=pcs1-AsgoYQ )
DR. SIN com Ivan Busic cantando.

  Era hora de uma das apresentações mais esperadas pelo público subir ao palco, VIPER, sim André Matos incluído, que, ao lado de Pit Passarel, Felipe Machado, Guilherme Martin e Hugo Mariútti fizeram daquela Avenida Rio Branco uma puta festa. Pra quem já viu um show do VIPER com essa formação sabe que não é show e sim, uma reunião de velhos amigos, uma celebração aos 30 anos de amizade 
VIPER (Hugo Mariutti (g), Gui Martin (bt), Pit Passarell (bx/v), André Matos (v) e Felipe Machado (g-escondido) num dos momentos de descontração
Pit e André divertindo a galera com Val Santos no baixo (VIPER)
(confira mais nesse link http://tocadoshark.blogspot.com.br/2012/09/viper-em-itapira-uma-noite-de.html ) e esse show aqui foi mais especial ainda, pois contou com a presença de ex-integrantes da banda, como Ricardo Bocci, o último vocalista que gravou com a banda o disco “All my Life” e também já cantou no REI LAGARTO, e Val Santos que já tocou bateria e guitarra em outras formações do VIPER, inclusive nesse citado disco além de integrar o TOYSHOP com Guilherme desde os anos 90.
VIPER com Ricardo Bocci nos vocais
A festa foi tamanha que em certos momentos virou
Stand-Up Comedy com André e Pit contando piadas no microfone, zoando os moradores de um certo prédio afronte do palco que supostamente reclamaram do barulho, Pit se complicando com piadas sobre bordéis e igrejas entre outras peripécias ímpares como André e Pit indo pro meio do público cantar com os fãs, sim Pit cantou ‘Rebel Maniac’ cedendo seu baixo ao Val Santos. Ainda tivemos ‘H.R.’ com até 6 vocalistas e André fazendo backin’vocals no microfone do prato da bateria, sim uma puta bagunça e vocalistas cantando sem microfones, enquanto outros cantavam com 3 microfones nas mãos, Nando Machado (irmão do Felipe) no baixo e Val cantando, Felipe Machado pulando pra todo lado e clássicos mais clássicos, ‘Nightmare’ e  ‘At Least a Chance’ (cantadas pelo Ricardo Bocci), ‘Living for the Night’, ‘To Live Again’ entre outros finalizando com a versão deles pra ‘We Will Rock You’ do QUEEN. Festa igual essa será difícil de vermos de novo!
"♫Ev'rybody Ev'rybody...♪" Pit Passarel cantando 'Rebel Maniac'
  Você pode ter uma ideia nesse link https://www.youtube.com/watch?v=Q7G0VoBDkvE
HELLARISE no 'Palco TEST' em momento milagroso!
  Nessa hora 15hs sai correndo pra ver o HELLARISE no Palco TEST ali dois quarteirões e ainda consegui ver uns 20 minutos do show, com uma estrutura bem menor esse palco fazia parte do tal Dia da Música, um evento menor que foi inserido dentro da Virada Cultural e o Palco TEST ainda abrigou mais 24 bandas do underground como o próprio TEST, CÄTÄRRO, FIM DO SILÊNCIO entre outros. Mesmo com pouco tempo o pessoal do HELLARISE conseguiu destrinchar alguns de seus sons como o novo single 'Darkened Flames' e o clássico 'More Mindless Violence' entre um 'pacote de bolacha voador' e 'uma garrafa de Fanta fervente'. Teve de tudo um pouco nesse show, até aleijado se curando heheheh...
HELLARISE

Robertinho de Recife (METALMANIA)

  Voltei rapidão pra ver o penúltimo nome do Palco Rio Branco, o renomado guitarrista Robertinho de Recife e a nova versão da banda METALMANIA que pegou a todos de surpresa com um repertório mega-pesado, totalmente baseado em sua guitarra ultra-rápida e metálica ao extremo, acompanhado de um baterista que também cantava (Raphael Sampaio), Júnior Mauro no baixo e um ser metálico à lá DAFT PUNK sem face nos teclados e efeitos robóticos, Robertinho desfilou simpatia e carisma, aliado ao seu talento mais do que comprovado. 
METALMANIA
  Entre novos sons num show 80% instrumental, ele homenageou os fãs de São Paulo dizendo que somente a Virada Cultural numa cidade como São Paulo poderia ter um palco tão pesado como aquele por onde passaram vários garotos talentosos onde um ‘velho como ele’ não iria ficar botando banca, palavras do próprio que ganhou o público de assalto com seu carisma. Ainda tocou uns clássicos como ‘Trem Fantasma’, ‘Gata’, ‘Como um Animal’ e ‘Metal mania’, seu maior clássico metálico e fez uma justa homenagem ao falecido curador da Virada, Percy Weiss tocando uma versão Heavy Metal para ‘Jack, o Estripador’, seu maior sucesso com o MADE IN BRAZIL, mas não encerrou sem antes agradecer ao festival Monsters of Rock (usou a camisa do festival o show inteiro) por ter tocado com o MANOWAR e detonar o festival Rock in Rio, alegando que o único festival de Metal do país é o paulista e ainda teve espaço pra uma instrumental ‘Bicho de Sete Cabeças’ do ZÉ RAMALHO e um pout-pourri de riffs clássicos inegáveis do Metal mundial como ‘Crazy Train’, ‘Breaking the Law’, ‘Iron Man’ e ‘The Trooper’! Mas ele não saiu do palco sem antes tocar uma versão para ‘Metal Daze’ do MANOWAR com o baterista cantando junto com o público, era bate cabeça pra todo lado!   A maior surpresa do dia, sem dúvidas! Também temos um resumão disponível pelo pessoal do canal Rock na Mochila do youtube, https://www.youtube.com/watch?v=8oMV11MYEEo

MADE IN BRAZIL (Celso e Oswaldo Vecchione)
  Pra fechar em grande estilo essa edição e esse palco o MADE IN BRAZIL subiu ao palco com 20 minutos de atraso para fazer adequadamente seu show ‘Tributo à Cornélius Lúcifer e Percy Weiss’ que contou com vocalistas convidados para homenagear a obra e a memória dos dois maiores vocalistas que a banda já teve com um repertório calcado em cima dos dois primeiros álbuns “Made in Brazil” de 1974 (com Cornélius nos vocais) e “Jack, o Estripador” de 1976 cantado por Percy. 
  Para isso Oswaldo que recentemente operou o tornozelo direito e ainda está impossibilitado de botar o pé no chão recebeu uma visitinha de SERGUEI que foi lhe cumprimentar na passagem de som, e tocou a maior parte do tempo sentado. Começou o show cantando ‘Jack, o Estripador’ chamando na sequência Dino Linardi (ex-vocal do GOLPE DE ESTADO) para cantar ‘Tudo Bem, Tudo Bom’ da fase Cornélius que na voz dele ficou muito semelhante, estridente como tem que ser. Em seguida subiu ao palco Paulão de Carvalho (VELHAS VIRGENS) para cantar ‘Rock de São Paulo’ e ‘Vou te Virar de Ponta Cabeça’ da fase Percy. 
MADE IN BRAZIL & SIMBAS
A minha curiosidade era saber qual o Pompeu do KORZUS iria cantar e ela foi sanada em seguida com Pompeu pedindo a bênção de Oswaldo e interpretando a mais rápida e pesada canção do primeiro disco ‘Menina Pare de Gritar’, sim, Pompeu fez todos gritarem essa letra que era berrada pelo poderoso Cornélius Lúcifer. Pompeu que ficou ao lado do palco o show inteiro acompanhado de seu filhinho Otto (o menino roubou a cena várias vezes) não saiu do palco sem antes agradecer os irmãos Vecchione pela obra da banda dizendo que se não fossem eles e outros tantos pioneiros ele não estaria em cima do palco há mais de 30 anos e Oswaldo reiterou dizendo que Pompeu carrega o Metal BR nas costas há três décadas, o que não deixa de ser verdade.
Marcello Pompeu (KORZUS) de volta ao palco da Virada
para homenagear Cornélius Lúcifer com o MADE IN BRAZIL!
  Oswaldo retoma o microfone para cantar ‘Paulicéia Desvairada’ e ‘Os Bons Tempos Voltaram’ que ele disse, foi escrita enquanto ele ia para um show de RITA LEE & TUTTI FRUTTI em 1975. E dessa época também é a amizade dele com outro convidado da noite, o mais esperado, diga-se de passagem, Simbas (ex-CASA DAS MÁQUINAS, TUTTI FRUTTI e INTELLIGENCE) que dominou o palco como ninguém, seu carisma, sua destreza, seus trejeitos e principalmente sua voz deu vida à ‘Aquarela do Brasil’, clássico de Ary Barroso que o MADE reformulou transformando-a em Rock na voz de Cornélius no primeiro disco e ‘Anjo da Guarda’. Sim, ele serelepe como só, ainda trocou de lugar com o backing vocals Rubão para este tomar a frente do palco em alguns momentos. 
Wander Mafra (t) e o MADE mostrando como se faz O Rock
em Sampa city!

As vozes reunidas em uma só festa!
(Celso e Ziggy nas guitarras com as vozes de
Simbas, Oswaldo em pé, Dino, Paulão e Pompeu)
Os momentos finais reuniram todos os membros da banda (completa por Celso Vecchione e Ziggy Mendonça nas guitarras, Rick Vecchione na bateria, Otávio Bangla no sax, Ivani Venâncio backing vocals e Wander Mafra nos teclados) e os convidados especiais para bradarem os dois maiores hinos da história da banda, ‘Minha Vida é Rock And Roll’ e ‘Uma Banda Made in Brazil’ que aqueles mais de 2 mil presentes cantaram à plenos pulmões.
Cantando em honra de Cornélius e Percy!
Simbas, Oswaldo (que não aguentou ficar sentado), Dino Linardi,
Paulão de Carvalho e Marcello Pompeu.
  E assim terminava mais um belíssimo show/celebração/espetáculo apaixonado de ROQUENROU e também findava-se mais uma Virada Cultural às 19:30 do dia 21 de junho de 2015.
Fotos toscas by ‘Me, Myself and I Photobook co.’

Fotos decentes por parte do mestre Lincoln Baraccat, a lenda!

Celso 'Kim' Vecchione e...

...Ziggy Mendonça (as guitarras do MADE)


Simbas e Oswaldo (com Dino ao fundo)
apontando para a lenda viva das lentes,
Lincoln Baraccat!

KORZUS
VOODOOPRIEST
 
VOODOOPRIEST atendendo os fãs

Pit Passarell e...

...André Matos se entregando ao público do VIPER

KORZUS
Ivan Busic cantando e incitando a galera ( com Andria - DR. SIN)
DR. SIN

Um comentário:

  1. Obrigado. Honra participar com minhas fotos desse Blog autoral. Abrax brow

    Lincoln Baraccat

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