sexta-feira, 17 de julho de 2015

VOODOOPRIEST - Moralizando os indígenas com o lançamento de "Mandu"!



BANDA: VOODOOPRIEST
DISCO: “Mandu”
ANO: 2014
SELO: Die Hard (www.diehard.com.br )
FAIXAS:
1.   Dominate and Kill/
2.   Religion in Flames/
3.   Warrior/
4.   Eye for an Eye/
5.   Trail of Blood/
6.   Mandu/
7.   Warpath/
8.   Swallowed by Waters/
9.   We Shall Rise/

  Esse disco é simplesmente histórico!
  Vitor Rodrigues montou em 2012 (quando saiu do TORTURE SQUAD, banda que integrava há 19 anos) um time de peso e técnica ímpares, contando com os veteranos guitarristas César Covero (ENDRAH, ex-NERVOCHAOS) e Renato de Luccas (EXHORTATION), o baixista Bruno Pompeu (AGGRESSION TALES) e o baterista Edu Nicolini (ex-NITROMINDS e ex-MUSICA DIABLO) e logo começou a compor uma histórica incrível e desconhecida (se tratando de Brasil, é tristemente natural a nossa ignorância de tais fatos e feitos históricos). Baseado em profundos estudos indígenas Vitor compôs 9 letras que foram musicadas pela banda como um todo, letras essas que contam a história do guerreiro indígena Mandu Ladino que no século XVIII liderou uma tribo de guerreiros que lutaram contra as forças militares da coroa portuguesa que estava dizimando os indígenas do território que hoje é conhecido como o estado do Piauí. Ele resistiu bravamente por 7 anos a invasão branca que por fim abateu Mandu e seu exército indígena devido à traição, como sempre acontece. Mas, esse disco que leva seu nome é na verdade um álbum conceitual, um relato histórico dos feitos de Mandu desde criança até o seu abate e seguinte legado, contados cronologicamente nas faixas em ordem que nos faz encarar esse disco como um livro de História, onde a gente vibra com cada conquista do herói enquanto canta junto e ‘bangeia’ (sim, eu abrasileirei essa palavra).
Edu (bt), Renato (g), Vitor (v), Covero (g) e Bruno (bx) - VOODOOPRIEST.

  As guitarras são afiadas, feito armas brancas empunhadas para a guerra, o baixo e a bateria aceleradas tornam a toada mais excitante ainda, ouça sozinho esse disco, com fones e encarte nas mãos, acompanhando as letras, uma experiência completa no universo legitimamente nativo-brasileiro, com riqueza de detalhes, como os nomes das tribos envolvidas, as localizações dos feitos e até nomes de jesuítas envolvidos. Enfim, pra quem gosta de discos conceituais, histórias de guerra, Thrash Metal curto, grosso e direto na cara deve adquirir esse disco sem esmorecer, principalmente pra quem tá de saco cheio de ouvir histórias idolatrando ídolos de outros países e histórias folclóricas que nada tem a ver com nosso sangue indígena, sim, porque se você é brasileiro e se acha sangue puro meu filho, ta redondamente alienado em seu mundo de bardos nórdicos que ficam lindos em gravuras e pôsteres, mas não condizem com sua realidade em nada, menos ainda em suas raízes.
  Só mais uma coisinha, perguntarão o porquê das letras serem em inglês e não em português. Isso a banda explica melhor que eu que estou aqui apenas dando meu relato do disco, mas, eu acho válido nesse caso, muito válido, pois, assim como anteriormente foi feito pelo SEPULTURA e o ANGRA, eles estão contando ao mundo uma história legitimamente brasileira, história essa que deveria ser de nosso conhecimento como nativos dessa terra, mas não é por inúmeras razões. E graças a essa ‘levantada de bola’ da banda, podemos agora nos sacudir e procurar saber mais sobre nossas origens. Menos preguiça e mais curiosidade, por favor, menos mi-mi-mi e mais atitude, mais respeito e acima de tudo, mais orgulho dos seus.

  Para mais infos segue acima os links de onde encontrar o disco e a banda.
  E mais alguns para conhecer melhor a banda e sua obra:

Esse seguinte link é de um vídeo feito por um fã no show da Virada Cultural deste ano, o som tá estourando, mas vale pela explicação de Vítor Rodrigues no comecinho do vídeo, se liguem: https://www.youtube.com/watch?v=6-_L4xtnXY8

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