A equipe da RF
PRODUÇÕES UNDERGROUND e o cabeça Leonardo Cardoso merecem todos os parabéns
possíveis pelos seus feitos na cena do litoral paranaense nos últimos quatro
anos, sinceramente. Porque, vejamos, o Underground em si já é uma tarefa árdua
e ingrata em qualquer parte do mundo e no nosso país não é diferente, daí o
cara se meter a fazer um festival 100% underground e autoral numa cidade de
pouco mais de 40 mil habitantes e com certas dificuldades geográficas para seu
acesso é nada menos que uma tarefa hercúlea. Agora multiplique isso por 4 anos
de atividades ininterruptas? Sim, tem que ser no mínimo obstinado e livre de
qualquer intenção de recompensas para promover 40 eventos desse porte em 4
exatos anos em vários formatos e tentativas de públicos, mas sempre dentro do
que costumamos chamar de ROCK AND ROLL seja ele o mais pesado e extremo ou o
mais alternativo e mainstream e eis que para comemorar essas duas marcas
redondas de 40 eventos em 4 anos a RF PRODUÇÕES resolveu retomar o formato
Festival autoral e trouxe para Guaratuba, a última cidade do litoral paranaense
geograficamente falando, isolada entre o mar e a serra 10 bandas de fora,
muitas da capital Curitiba e um guitarrista instrumental (one man band) para
chacoalhar a noite do sábado 8 de outubro numa bela casa de espetáculos,
grande, de porte e com uma estrutura e som de primeiras, o Porto Santo,
literalmente ás margens da baía do município onde podia-se apreciar vários
barcos turísticos atracados e uma grande e infinita paisagem de montanhas e
água, muita água. Pois bem, nessa noite os peixes não iriam ter paz com a
barulheira das boas começando a rolar por volta das 20:45 com a casa ainda
vazia (sim, uma vergonha essa mania feia do brasileiro só sair de casa depois
da última novela acabar) com ANDRÉ LUIZ WORK SHOW DE GUITARRA, um guitarrista
da cidade vizinha, Matinhos que se apresenta no estilo one-man-band
apresentando várias canções de seus 5 álbuns inteiramente gravados sozinho
(pasmem) e umas duas versões instrumentais de DEEP PURPLE e METALLICA, ponto
positivo pra ele que não espera nada dos outros e faz o que gosta sozinho e
muito bem feito, nível técnico e de feeling extraordinários!
ANDRÉ LUIZ WORK SHOW DE GUITARRA |
Na sequência um
trio sem baixo chamado METÁFORA se apresentou rapidamente algumas de suas
canções sem muita interação com públicos e admito que me causou certo
estranhamento a sonoridade sem contra-baixo da banda que canta boas letras em
português, o que, aliás, foi a pegada de maior parte da noite pois as bandas
seguintes todas cantavam em bom português, uma tendência em alta depois de
trinta anos de bandas nacionais insistindo em cantar em inglês muitas vezes
toscamente, fico feliz em ouvir bandas como a FOUR FACE que deu sequência nos
trabalhos com seu Rock animado, pra cima, cru, simples no estilo 4X4 e uma
pegada do bom e velho RAIMUNDOS dos primeiros dias. Inclusive um dos destaques
do show do FOUR FACE foi justamente dois sons do primeiro play dos brasilienses
‘Palhas do Coqueiro’ e ‘Bê a Bá’ que tocaram com o vocalista da banda KROCODILO
MEIO QUILO, Eduardo.
ANDRÉ LUIZ WORK SHOW |
METÁFORA |
Após a festa do
FOUR FACE quatro adolescentes subiram timidamente no palco com suas camisetas
surradas do SODOM, SEPULTURA (das antigas) e BAD BRAINS pra destilar um Thrash
Metal 80’s muito fiel e empolgante, a banda em questão era a PORRADA, nome
simples pra um som igualmente foda! Em 30 minutos debulharam seus instrumentos
com maestria apresentando sons de autoria própria com muitas paradinhas mortais
e riffs cortantes. FODA, só isso que tenho á dizer.
PORRADA |
Sem deixar o
pique cair sobe ao palco o SEM FUTURO que calca seu som e sua apresentação numa
pegada Punk’77 bem pra cima e com letras realmente brilhantes, com singelos
títulos como ‘Políticos Filhos da Puta’ e ‘Fora Nepotismo’ a banda não fica só
na área da chata panfletagem e diverte à todos no melhor estilo IGGY POP e
afins, foi sucesso imediato e ficaram devendo CD’s pois os poucos que levaram
esgotou assim que a banda desceu do palco.
SEM FUTURO (e com muita pegada!) |
Daí em diante o
clima pesou, já era alta madrugada e o Metal invadiu as dependências do Porto
Santo com a banda DEMONOPHAGY que executa um Metalzão cru e áspero em trio, com
umas pitadas de Doom em vários sons que me deixaram boquiaberto, com muita
raiva investida nos instrumentais essa banda tem um futuro e tanto e lugar
cativo nas minhas prateleiras assim que lançarem um play oficial. Fecharam a
apresentação com o Leonardo da RF discursando sobre como tudo começou pra ele e
como ele criou esses 40 eventos em 4 anos numa cidade veranista que tinha 0 de
Rock até então e a banda executou em sua homenagem uma versão eficiente de
‘Hell’s Bells’ do AC/DC banda número 1 no coração do cara.
RUBÃO (bx/v) DEMONOPHAGY |
DEMONOPHAGY |
Pra encerrar
teríamos ainda JAILOR, RETALIATE, REPÚDIO e CAMOS mas, a minha ‘carruagem já
tinha virado abóbora’ há tempos então só assisti mais o JAILOR que executou um
Death Metal cheio de energia e técnica absurda com um vocal carismático e
músicas de seu atual CD “Stats of Tragedy” que tá rodando a banca underground
Brasil afora conquistando cada dia mais admiradores.
JAILOR |
E pra mim se
encerrava mais um evento ímpar capitaneado pela RF PRODUÇÕES que atingiu uma
marca incrível de 10 eventos por ano nos últimos 4 anos e que fez mais por esta
cidade do que a bancada de políticos vigentes em sua câmara municipal, aja
visto que seus eventos sempre são beneficentes e arrecadam mantimentos para os
mais necessitados da nossa frágil estrutura sócio-econômica, só basta o público
perceber mais tudo isso e se mexer nos próximos eventos marcando uma presença
mais numerosa.
LONGA VIDA AO UNDERGROUND que está cada vez mais vivo e
forte mundo afora!
Vou dar continuidade na resenha do meu ponto de vista a partir da banda Repudiyo que se apresentou logo após Jailor que foi a última banda vista pelo Alexandre da Toca do Shark . Já era quase 3h da madrugada quando o quarteto curitibano subio ao palco com seu Punk Hard Core Grindera veloz e raivosa com seus vocais arregaçadores do Fofix como é conhecido no meio musical a banda detonou seu trabalho autoral sem pausas , mais de 20 músicas em menos de 30 min ao final antes de finalizar sua apresentação fizeram um pequeno discurso falando da importância da galera chegar cedo nos eventos e de apoiarem as bandas e a organização se não nada acontece e também mandaram um foda-se bem grandão aos paga pau de Bolsanaro ! Hehehe.
ResponderExcluirNa sequência a única banda de fora do Paraná a se apresentar neste festival com seu Death Thrash Metal catarinense o Retaliate sobe ao palco mandando logo de início um Pau no cú de Deus ! Foi um show curto pouco menos de 30 min de muito peso e agressividade dividida pelos vocais Edson (G) e Andrei (B) .
Para fechar a noite ja quase 5 horas da manhã sobe ao palco a banda Camos com seu Black Heavy Metal com uma pegada totalmente oitentista que me fez sentir estar em outra época , o quarteto mostrou uma presença de palco incrível que me fez lembrar o Accept com suas danças sincronizadas e o vocalista Eduardo Camos me fez lembrar o Mestre DIO com suas performances liderando a banda, na minha opinião foi de lavar a alma assistir um show Heavyzão 80' ao fim da madrugada após uma noite longa e exausta para mim . A banda finalizou sua apresentação e fechou o Guaratuba Rock Festival 2016 por volta das 5:30 da manhã minutos antes do dia clarear ainda com algumas pessoas no local apreciando cada momento final do festival.
Já era dia por volta das 5:50 da manhã enquanto eu guardava algumas coisas no carro como por ex os banners do evento, os caras da banda Jailor junto com o Camos e mais algumas pessoas que ficaram até o final de juntavam para fazer aquela foto antes de pegar a estrada de volta a Curitiba .
Eu liguei meu carro as 6:00 em ponto e antes de ir embora avistei o pessoal da banda Sem Futuro ainda no estacionamento conversando com alguns amigos hehehe ... Foi uma noite para entrar na história de todos que vivem o Rock n Roll na essência , na alma !
Leonardo Cardoso R.F.P.U