terça-feira, 16 de julho de 2019

BRUNO MAIA, DA FANTASIA À REALIDADE NUA E CRUA!



    Recentemente o TUATHA DE DANANN se apresentou em Joinville/SC num festival que teria cobertura da TOCA DO SHARK (“Armageddon Metal Fest”, leia como foi em: http://tocadoshark.blogspot.com/2019/06/armageddon-metal-fest-2-edicao-01062019.html) e eu, como bom fã das antigas, não deixaria passar a oportunidade, não só de rever essa grande banda em ação, como também de trocar uma palavrinha com a banda. Infelizmente ficou inviável reunir a banda toda para um bate papo, o evento era tão grande e com tanta gente que os músicos estavam espalhados curtindo cada momento, mas consegui trombar com Bruno Maia, fundador, vocalista, guitarrista, flautista e letrista da banda na sala de imprensa durante uma outra entrevista. Fomos ali pra um canto da sala para uma entrevista exclusiva dele para a TOCA falando sobre tudo, desde a realidade triste vivida na política mundial vigente, até seus trabalhos solos, passando pelas agruras sociais brasileiras e um futuro disco do TUATHA que ainda está promovendo seu mais recente álbum “The Tribes of Witching Souls”.

TOCA DO SHARK: Eu já vou começar a entrevista indo direto ao assunto, ‘Your Wall Shall Fall’, uma canção com letra polêmica, anti essas políticas separatistas que o mundo atual enfrenta em vários países, vocês convocaram os fãs através das redes sociais a fazerem parte do clipe desta canção protestando cada um em sua cidade, mundo afora...
BRUNO MAIA: É ‘Your Wall Shall Fall’ não era pra ser tão polêmica. Eu até acho que nem é tanto. Na verdade a letra toca sim um pouco na ferida, pois, querendo ou não, o país está dividido só que eu acho que tem muita gente que nem entende.
    A situação é tão louca que, quando nós convocamos as pessoas para participar, teve uma menina que mandou uma foto usando uma camisa do Bolsonaro (risos). Acho que ela não entendeu nada, claro que a gente não colocou a foto no clipe. A letra não era anti-Bolsonaro, mas ele está no meio disso tudo, e exalta esse tipo de discurso de exclusão, divisão, perseguição, enfim, essas coisas da ‘direita paranóica’... Mas eu acho que ela não foi tão polêmica, as pessoas que não entenderam e muitas não ligaram uma coisa com a outra. Elas acham que o Brasil não tem esse tipo de problema, que tá longe daqui... É um conceito universal, está acontecendo em várias partes do mundo e as pessoas não percebem ainda o quanto isso está forte aqui.

T.S.: Agora sobre o novo álbum “The Tribes of Witching Souls”, fale mais sobre ele e sobre a aceitação dele.
B.M.: O “Tribes...” é o novo disco e estamos muito felizes com ele e é um disco que representa muito o quê o TUATHA DE DANANN é hoje (N.R.: Atualmente a banda é formada apenas pelos fundadores Bruno Maia nos vocais, flautas e guitarras e Giovani Gomes no baixo/vozes além do tecladista Edgar Britto com mais alguns músicos contratados). A aceitação aqui no Brasil está muito boa, fãs, crítica, a galera ta se inteirando bem com as músicas, cantando elas nos shows, ótimas críticas na mídia. Lá fora o disco ainda não foi lançado oficialmente, apenas distribuições via streaming, não física ainda, estamos cuidando disso para breve, vamos ver no que vai dar.
TUATHA DE DANANN (Edgar Britto - t, Bruno Maia - g/v/f, Giovani Gomes  - bx)

T.S.: Vocês estão rodando o Brasil atualmente, depois vão pra fora...
B.M.: É, na verdade não negociamos nenhuma turnê pro exterior ainda, somente o lançamento do disco físico. Existiram umas propostas pra irmos pra fora agora, mas do jeito que foram postas nós não queremos. Se não compensar pra nós não vamos. Agora aqui estamos tocando demais, ta incrível!

T.S.: Atualmente o Brasil tem muitos festivais e os principais focos aparentam ser Santa Catarina e Minas Gerais. Fale do seu ponto de vista, já que é também um produtor de festival, pois tratamos de um país de proporções continentais, onde existem várias opções geograficamente opostas para o público do Metal.
B.M.: Como você falou somos um país continental e um país pobre pra caralho também! É muito caro viajar pelo Brasil, sempre foi e atualmente está mais, nem bagagem mais você pode levar. O governo fode com a gente como pode e então esse fator econômico pesa muito na hora do cara escolher, pois tem que pegar um avião muitas das vezes. Só que, com certeza, o sul do país ta promovendo muitos festivais legais, Santa Catarina principalmente. Minas já teve mais, mas ainda tem muitos também. E eu acho que um festival é a melhor forma que você tem de apresentar uma banda para um público grande. Não precisa ser um festival grande, mas sim um festival que vá elencar bandas de vários estilos diferentes dentro do Rock, igual este aqui que estamos em Joinville. Esses festivais atraem públicos de várias tendências diferentes que, querendo ou não, estarão conhecendo bandas novas de estilos semelhantes aos que gostam ou nem tanto, mas dentro do mesmo universo, bandas de outros estados. E essa dinâmica que acontece nos festivais é muito positiva tanto pro público quanto pras bandas se apresentarem para várias pessoas que talvez nunca fossem ouvi-las. Fora a interação entre os músicos e fãs que é mais direta.

(Foto: Kaká Gomes)
T.S.: Eu to sabendo que vocês já estão com um disco novo engatilhado pra 2019 com um conceito diferente. Fale sobre isso, já que o mais recente disco de vocês saiu à bem pouco tempo e ainda estão divulgando ele.
B.M.: É verdade, é uma idéia antiga que a gente tinha, só que agora nós achamos ‘o pulo do gato’. Nós vamos lançar um disco somente com música tradicional irlandesa que o povo acostumou chamar de celta, mas é irlandesa, tanto as instrumentais como canções anônimas, aquelas que tem suas autorias perdidas através dos séculos... A gente vai gravar agora, só não sabemos se vamos lançá-lo ainda em outubro deste ano ou no ano que vem.

T.S.: E os seus projetos solos KERNUNNA e BRAIA, tem alguma coisa em vista?
B.M.: O KERNUNNA infelizmente não tem nada em vista ainda, tomara que a gente mude isso em breve. Tem um projeto aí de música instrumental misturando música celta com brasileira que talvez a gente lance com o nome de BRAIA, como se fosse um BRAIA instrumental, não sei, mas tem um ‘trem novo’ pra sair, coisa minha, talvez com participação dos caras da banda (TUATHA) também, tomara que saia no formato instrumental.

CONTATOS:


Um comentário:

  1. Bela matéria TS
    A apresentação do dia 13 de julho no Araraquara Rock também foi avassaladora.
    Vida longa à Toca e Tuatha.

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